Na tentativa de agradar Alerj, Witzel renomeia secretário para a Casa Civil

Nomeação do ex-deputado André Moura é o primeiro gesto político visto como positivo desde que o impeachment contra o governador foi aberto, no início de junho

  • Por Jovem Pan
  • 24/07/2020 17h55 - Atualizado em 24/07/2020 17h56
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Guilherme Rodrigues/Estadão Conteúdo O governador afastado do Rio de Janeiro Wilson Witzel com a mão no rosto Assembleia caminha para formar maioria robusta pró-afastamento de Witzel

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), renomeou para a secretaria da Casa Civil o ex-deputado federal André Moura, que havia sido exonerado em maio. A saída do experiente Moura, que já foi líder do governo de Michel Temer na Câmara dos Deputados, irritou a Assembleia Legislativa naquela ocasião e contribuiu para piorar ainda mais uma relação já esgarçada entre Executivo e Legislativo. O impeachment foi aberto poucas semanas depois.

Após dois meses de rearranjos e exonerações, ele foi nomeado novamente para tentar correr atrás do prejuízo na Alerj, que caminha para formar maioria robusta pró-afastamento do governador. A principal estratégia de Witzel no enfrentamento ao impeachment não tem sido política, mas jurídica. Está nas mãos do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, um pedido de suspensão do processo, apresentado pela defesa do mandatário. A nomeação de Moura é o primeiro gesto político visto como positivo desde que o impeachment foi aberto, no início de junho.

Com as críticas constantes de que vinha errando na condução política, Witzel já estava sondando Moura para o regresso ao Palácio Guanabara há cerca de quatro semanas. O principal algoz dele no governo, o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico Lucas Tristão, não está mais lá, o que contribui para o retorno. Tristão também simbolizava o que parlamentares viam como uma forma atabalhoada de lidar com o Legislativo — chegou a ser acusado de plantar grampos nos gabinetes dos deputados e de montar dossiês sobre eles.

O cenário, de fato, é outro. Além da saída de Tristão, foi exonerado outro então ‘supersecretário’, Cleiton Rodrigues, que vinha acumulando funções e também chegou a tentar diálogo com a Alerj durante o processo de impeachment. Tida até maio como principal influência sobre o governador, a primeira-dama, Helena Witzel, passou a opinar menos em decisões do Executivo — teria, inclusive, parado de frequentar a sala a que tinha direito num gabinete vizinho ao do marido.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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