Não há maldade em fala de Bolsonaro sobre ‘poder da caneta’, diz Maia
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), negou a existência de qualquer tipo de intriga nesta quarta-feira, 29, após a declaração do presidente Jair Bolsonaro de que teria mais poder do que o deputado por “ter a caneta” e ter a prerrogativa de editar decretos. Para Maia, não houve “maldade”.
“Ele fala da questão do decreto na importância que um bom decreto tem na regulamentação de projetos de lei, não tem maldade nenhuma não. Não vamos criar maldade onde não existe. (. .) Não vou ficar entrando em uma frase que eu sei qual foi o contexto que ele falou para mim e eu não vi maldade nenhuma. Vamos manter o ambiente distensionado, em que o brasileiro olhe para a gente e saiba que estamos preocupados em recuperar o País”, disse.
A resposta de Maia ocorre numa sequência de declarações dos chefes dos três poderes. Primeiro, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, tomaram um café da manhã no Palácio da Alvorada para firmar um “pacto pelo Brasil”. A ideia é tentar uma reaproximação de Bolsonaro com o Legislativo e a favor das reformas da Previdência e tributária, além do apoio a projetos sobre segurança pública.
Bolsonaro comentou nesta terça-feira, 28, a conversa reservada com os chefes dos três Poderes e citou esforços do governo para desregulamentação, revogando normas que ele considera “descartáveis” e simplificando a legislação e o licenciamento.
Maia afirmou também que submeterá a proposta do pacto aos líderes partidários da Câmara e que assinará se tiver a concordância da maioria deles. “Vou discutir com deputados os textos para ver o que eu posso assinar em nome da Casa. Se tiver a maioria dos líderes, pelo menos, porque eu tenho que representar a maioria num documento que seja assinado pela Câmara”, disse.
Sessão Solene
Maia esteve na Câmara por pouco mais de meia hora nesta manhã porque o presidente Jair Bolsonaro foi à Casa para acompanhar uma sessão solene em homenagem ao artista Carlos Alberto de Nóbrega. O chefe do Executivo foi à pé do Palácio do Planalto ao Congresso e pegou até mesmo os deputados de surpresa.
As imagens da TV Câmara captaram o evidente desconforto entre Maia e Bolsonaro, dos cumprimentos protocolares às poucas palavras que ambos disseram nos microfones. “[Agradeço] Ao presidente Bolsonaro por estar prestigiando mais uma vez a Câmara dos Deputados com a sua presença fora da agenda, o que desorganiza a nossa agenda também. Eu estava com cinco reuniões, tive que vestir o terno correndo”, disse Maia.
De acordo com Maia, a visita de Bolsonaro ao Congresso não havia sido confirmada previamente. “Havia a possibilidade, mas não estava confirmada. (…) Ele me ligou mais cedo e disse que vinha, mas veio rápido demais”, disse.
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