‘Organização de Pezão continua atuando na lavagem de dinheiro’, diz Dodge

  • Por Jovem Pan
  • 29/11/2018 10h12 - Atualizado em 29/11/2018 10h22
Estadão Conteúdo A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou nesta quinta-feira (29) que a organização criminosa liderada pelo governador do Rio de Janeiro, Luiz Ferando Pezão (MDB), continuou praticando o crime de lavagem de dinheiro nos últimos anos. 'Em curso'

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou nesta quinta-feira (29) que a organização criminosa liderada pelo governador do Rio de Janeiro, Luiz Ferando Pezão (MDB), continuou praticando o crime de lavagem de dinheiro nos últimos anos, o que motivou a prisão dele. Pezão foi detido nas primeiras horas da manhã, no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador fluminense.

“Esse é um esquema criminoso que ainda não cessou. Por isso, por causa da atualidade do esquema, dos infratores ainda continuarem praticando esses crimes, é que se chegou à necessidade de pedir a prisão preventiva para a garantia da ordem pública”, afirmou Dodge em entrevista coletiva cedida à imprensa, em Brasília.

De acordo com a procuradora-geral, os mandados de busca e apreensão vão contribuir para as investigações que apuram o esquema próprio comandado por Pezão. “Houve uma sucessão de pessoas partícipes dessa organização criminosa ao longo do tempo, mas que, mesmo depois das prisões contra quem liderava o esquema [o ex-governador Sérgio Cabral está preso desde novembro de 2016], houve uma nova liderança e é nessa perspectiva que aponta o governador do Rio de Janeiro e a ele se incluem novos atores”, explicou ela.

Além de Pezão, oito pessoas são alvos de mandados de prisão. Também foram expedidos mandados de busca e apreensão em endereços ligados a onze pessoas físicas e jurídicas — todos eles foram autorizados pelo ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Batizada de Boca de Lobo, a ação desta quinta-feira é um desdobramento da Operação Lava Jato e tem como base a delação premiada de Carlos Miranda, operador financeiro do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Segundo Miranda, Pezão recebeu mesada de R$ 150 mil durante o período em que foi vice-governador e, até mesmo, 13° salário em propina — o que totalizou R$ 25 milhões entre 2007 e 2014. Em valores atualizados, os pagamentos se aproximam dos R$ 40 milhões.

Abaixo, a lista dos alvos de prisão:

  1. Luiz Fernando Pezão – governador do Estado do Rio de Janeiro
  2. José Iran Peixoto Júnior – secretário de Obras
  3. Affonso Henriques Monnerat Alves Da Cruz – secretário de Governo
  4. Luiz Carlos Vidal Barroso – servidor da secretaria da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico
  5. Marcelo Santos Amorim – sobrinho do governador
  6. Cláudio Fernandes Vidal – sócio da J.R.O Pavimentação
  7. Luiz Alberto Gomes Gonçalves – sócio da J.R.O Pavimentação
  8. Luis Fernando Craveiro De Amorim – sócio da High Control
  9. César Augusto Craveiro De Amorim – sócio da High Control

Fernando Frazão/ Agência Brasil

O esquema

Segundo a Procuradoria-geral da República, os valores pagos a Pezão vieram de duas fontes: a primeira, a mesada paga pelo operador Carlos Miranda; e a segunda, por meio da empresa Fetranspor. De acordo com o procurador Leonardo Cardoso de Freitas, “é possível dizer que os pagamentos continuaram mesmo após Pezão ter assumido o governo do estado do Rio de Janeiro — e não só quando era vice.

Já a procuradora Raquel Branquinho Nascimento informou que os pagamentos de propina foram feitos por meio de percentual cobrado em cima de contratos de áreas específicas, que depois eram destinados à organização criminosa.

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