Parque Olímpico pode virar hospital devido à pandemia de Covid-19

  • Por Jovem Pan
  • 04/04/2020 13h23
ernando Frazão/Agência Brasil Anoitecer no Parque Olímpico

O Ministério da Economia selecionou 80 imóveis da União, entre eles o Parque Olímpico do Rio, para a construção de hospitais de campanha em todo o Brasil. São prédios, terrenos e galpões que estão sem uso, muitos na lista para serem vendidos.

Com a pandemia do novo coronavírus, o governo suspendeu as licitações e repassou a lista ao ministérios da Defesa e da Saúde, que serão os responsáveis pela vistoria das áreas e construção dos hospitais. Isso será feito segundo a demanda de cada região, na medida em que a doença avance e a necessidade de leitos aumente.

“Precisamos ter alternativas para a possibilidade de o sistema público de saúde colapsar. Existem diferentes cenários, quanto mais subir a curva (de infectados), mais necessidade de atendimento. Nesse sentido, o governo já está com a área mapeada”, explica o secretário de Coordenação do Patrimônio da União do Ministério da Economia, Fernando Bispo.

Foram reservados espaços nos 27 Estados. Na lista, há de prédios históricos a grandes terrenos, como as áreas do Pátio do Pari, com 120 mil m², onde funcionava a Feira da Madrugada, e o Pátio ferroviário de Pirituba, com 31,6 mil m², ambos em São Paulo. No Rio, foram selecionadas as instalações do Parque Olímpico da Barra – onde foram disputadas as competições na Olimpíada de 2016 – , o Edifício A Noite (na Praça Mauá), que na época de sua inauguração, em 1930, chegou a ser considerado o mais alto do mundo em concreto armado, e uma área da Quinta da Boa Vista, um parque em São Cristóvão.

Três estádios também estão no grupo: em Curitiba (PR), o Estádio do Paraná Clube (Vila Capanema), em Teresina (PI) o Estádio Rei Pelé (Trapichão) e o Estádio de Futebol Aluízio Ferreira (Aluizão), em Porto Velho (Rondônia). As arenas estão em áreas da União cedidas aos clubes. No caso de Curitiba, a área já foi avocada para ficar na reserva em caso de necessidade.

Segundo Bispo, a ideia é que, nas áreas abertas, sejam construídas estruturas temporárias, como a que está sendo feita no Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Já prédios e outras construções podem passar por reformas e adaptações e serem aproveitados como hospitais.

A intenção foi escolher duas áreas em cada grande centro, uma para a triagem e outra para internações, que tenham fácil acesso e proximidade com hospitais e centros de saúde já existentes. Foram reservados espaços em todas as capitais e em grandes centros.

Com o maior número de casos, o Estado de São Paulo é também o que possui mais espaços à disposição. São quatro áreas na capital e 16 no interior. Em São Paulo, os locais estão em um cinturão na região central: além dos dois terrenos há ainda uma antiga escola na região Sul, na área de Interlagos e da represa Billings, e um sítio com 189 mil m² na Anhanguera,

No interior, foram selecionadas áreas em Campinas, Bauru e Mogi das Cruzes. Também foram reservados antigos galpões do Instituto Brasileiro do Café pelo País, foram selecionados galpões e um edifício da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Goiás, e até um clube de servidores, no Distrito Federal. Na Bahia, um antigo prédio do Dnit, em Salvador está na lista, assim como o Edifício da Sudene, em Recife (PE). No Maranhão, um campo de futebol com 5,9 mil km² foi reservado em Imperatriz. Na Região Norte, foram listados espaços como o Armazém Central, em Manaus (AM), e um ginásio em Porto Velho (RO).

De acordo com o secretário, novas áreas poderão ser selecionadas, à medida em que a pandemia avance. O Ministério da Defesa começou agora a vistoria dos imóveis. Em Roraima, um hospital de campanha em área da União já está em fase final de construção pelo Exército. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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