Pazuello: compra da vacina da Pfizer no Brasil dependerá da discussão de flexibilizações de leis

Apesar da afirmação do ministro, presidente Bolsonaro citou ‘possível veto’ à solução da compra de vacinas por causa de cláusulas impostas pela farmacêutica

  • Por Jovem Pan
  • 24/02/2021 15h59 - Atualizado em 24/02/2021 18h24
PAULO GUERETA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO - 18/01/2021 Homem de terno preto e gravata marrom usando máscara branca sentado diante de uma mesa com duas fileiras de papéis brancos, uma miniatura da bandeira do Brasil e duas garrafas de água; ele gesticula com a mão esquerda e segura um microfone com a mão direita Pazuello se mostrou otimista com a distribuição de vacinas no Brasil

Junto a uma comitiva formada por apoiadores e ministros, o presidente Jair Bolsonaro visitou nesta quarta-feira, 24, o Acre, afetado nas últimas semanas por uma série de crises como o aumento da ocupação de leitos por causa da Covid-19, casos de dengue e transbordamento de rios devido a fortes chuvas. Na ocasião, o governo federal afirmou que faz tratativas com os Estados Unidos há seis meses em busca de doses da vacina da Pfizer, com uso definitivo aprovado nesta terça-feira, 23, no país, e da Janssem. As negociações, porém, não têm sido muito efetivas, o que deve gerar o debate para flexibilização de leis. “Essas negociações implicam em discussões das cláusulas exigidas. Nós temos sido muito duros e eles têm sido mais duros do que a gente. Não afrouxam uma vírgula. Levamos o problema ao governo, o governo está tratando isso junto ao Congresso e está se discutindo a possibilidade de termos flexibilização de lei para isso. É um alto nível de discussão, nível governo e Congresso Nacional, cabendo a mim cumprir o que vier”, afirmou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

O representante da pasta afirmou, ainda, que em caso de uma autorização clara por parte do governo federal e do Congresso, as vacinas serão compradas e um cronograma de entrega que já está pronto será cumprido. Bolsonaro complementou a fala do ministro com a reiteração da afirmação de que os Estados Unidos incluíram cláusulas como a não responsabilização do laboratório por possíveis efeitos colaterais do imunizante. “É uma coisa de extrema responsabilidade de quem por ventura no Brasil tiver que dar a palavra final, se sou eu como presidente, se é o parlamento derrubando um possível veto ou se é o Supremo Tribunal Federal. Todas as cláusulas serão mostradas à população para que na ponta da linha cada um saiba o que está sendo aplicado”, afirmou. Pazuello disse que o Brasil está “avançado” com a imunização e lembrou do trabalho importante da Fiocruz e do Instituto Butantan no país para respaldar a vacinação.

O ministro destacou também que doses previstas de imunizantes de Oxford/AstraZeneca foram entregues nesta quarta ao estado e devem ser aplicadas na maior quantidade de público alvo possível, sem reserva de segunda dose. “A segunda dose dessas vacinas são para três meses, então temos condições de receber novas doses para cumprir a segunda etapa de vacinação”, disse. Ele garantiu que ações de combate à Covid, à dengue e às consequências causadas pelas inundações estão sob controle da pasta. “Estamos observando também a saúde impactada com a entrada de imigrantes. Tive uma radiografia completa feita pela nossa equipe sobre a situação no Acre hoje. Adianto aos senhores que a estrutura está funcionando. Sempre pode melhorar, sempre tem coisas e aspectos que podem ser feitos”, afirmou Pazuello, pedindo que os moradores confiassem no governo federal.

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