Petrobras é vítima da corrupção, afirma presidente do BNDES
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse há pouco, em depoimento à CPI da Petrobras, que o esquema de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato ocorreu fora da Petrobras e não dentro da empresa.
“Os ilícitos ocorreram fora da Petrobras e não dentro da empresa. A Petrobras é vítima desse processo”, disse, ao responder pergunta do deputado Efraim Filho (DEM-PB).
Coutinho, que também é presidente do Conselho Administrativo da estatal, afirmou que o colegiado recomendou à direção da Petrobras o aperfeiçoamento dos mecanismos de controle interno. Ele informou ainda que há um processo de investigação independente sendo executado na empresa, por orientação do conselho.
Pressão
O presidente do BNDES, porém, foi confrontado pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) a respeito da notícia de que teria pedido doação de campanha ao PT para o dono de uma das empresas investigadas pela Lava Jato, a UTC.
Segundo publicação de um blog da revista Veja, Coutinho intermediado encontro entre o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, hoje preso em Curitiba (PR), e o então coordenador financeiro da campanha de Dilma Roussef, Edinho Silva, que resultou em uma doação de R$ 3,5 milhões para a campanha presidencial do ano passado.
“O senhor se encontrou com Ricardo Pessoa? Sim ou não?”, indagou Lorenzoni. A mesma pergunta tinha sido feita pela deputada Eliziane Gama (PPS-MA) e pelo deputado Izalci (PSDB-DF). Em todas as ocasiões, Coutinho se limitou a dizer que nunca tratou de financiamento de campanha.
Lorenzoni insistiu na pergunta, sob protesto de deputados do PT, e declarou que tinha informações de que o encontro entre Coutinho e Pessoa efetivamente ocorreu, na véspera das eleições do ano passado, e teria ocorrido na representação do estado de São Paulo – Lorenzoni não disse em que cidade. “A CPI pode pedir as imagens e comprovar o encontro”, apontou.
Diante disso, Coutinho admitiu ter se reunido com Pessoa, já que a UTC integrava o consórcio responsável pelas obras do aeroporto de Viracopos, em São Paulo. “Me reuni com o consórcio. Não tive reunião pessoal com Pessoa”, comentou.
A reunião da CPI foi encerrada há pouco.
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