PF: Diálogos citam R$ 1,5 milhão a ex-assessor do governo de SP

  • Por Jovem Pan
  • 14/09/2018 08h31
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José Cruz/Agencia Brasil A defesa de Alckmin afirmou que "a reportagem mistura documentos que não têm relação entre si para fazer ilações de maneira irresponsável"

Diálogos obtidos pela Polícia Federal entre funcionários de uma transportadora de valores usada pela Odebrecht citam supostas entregas de R$ 1,5 milhão em dinheiro na casa de um ex-assessor do governo Geraldo Alckmin (PSDB) durante as eleições de 2014. As conversas mantidas por Skype revelam o nome, o endereço e o telefone do advogado Sebastião Eduardo Alves de Castro, que foi funcionário comissionado do ex-secretário de Planejamento e tesoureiro da campanha do tucano Marcos Monteiro.

As mensagens trocadas por funcionários da empresa Transnacional contêm os mesmos valores e senhas vinculados aos supostos repasses de caixa 2 para a campanha de Alckmin nas planilhas da Odebrecht. Segundo o ex-presidente de Infraestrutura da empreiteira Benedicto Junior, o destinatário dos recursos para a reeleição do tucano a governador em 2014 era Marcos Monteiro, cujo codinome usado era “M&M”.

A reprodução das conversas citando o ex-assessor de Monteiro apareceu no relatório feito pela PF no inquérito que investiga o pagamento de R$ 14 milhões da Odebrecht a políticos do MDB, entre eles o presidente Michel Temer. Segundo a empreiteira, todos os pagamentos acima de R$ 500 mil eram viabilizados pelo doleiro Álvaro Novis, que usava a Transnacional para fazer as entregas em hotéis e residências em São Paulo.

Segundo as conversas obtidas pela PF, foram duas entregas, uma de R$ 500 mil, no dia 29 de agosto, com a senha “bolero”, e outra de R$ 1 milhão, no dia 16 de setembro, com a senha “cimento”. Ambas para o “senhor Eduardo Castro” na “Rua Manguatá”, no Brooklin, endereço da casa do ex-assessor.

Alckmin e Monteiro são alvo de ação de improbidade administrativa movida na semana passada pelo Ministério Público de São Paulo, que atribui a ambos enriquecimento ilícito pelo suposto recebimento de R$ 7,8 milhões da Odebrecht em 2014.

A defesa de Alckmin afirmou que “a reportagem mistura documentos que não têm relação entre si para fazer ilações de maneira irresponsável” e que o tucano “nunca recebeu ou autorizou que recebessem em seu nome doações ilegais”. A Odebrecht afirmou que está colaborando com a Justiça.

*Com Estadão Conteúdo

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