PMs envolvidos em ação que matou Ágatha serão ouvidos nesta segunda
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Os policiais militares envolvidos na ação que resultou na morte da menina Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, serão ouvidos nesta segunda-feira (23) na Delegacia de Homicídios (DH) do Rio de Janeiro. Além de ouvir os depoimentos, os investigadores deverão recolher as armas utilizadas no momento do ocorrido e encaminhar para perícia.
Ela morreu no último sábado (21) após ser atingida, nas costas, por uma bala de fuzil na noite de sexta-feira (20), enquanto estava dentro de uma kombi, no Complexo do Alemão.
De acordo com relatos de moradores pelas redes sociais, o tiro teria sido disparado por militares da UPP, que atiraram contra ocupantes de uma motocicleta em fuga. A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMRJ), no entanto, informou, em nota divulgada no sábado, que lamentava “profundamente a morte da pequena Ágatha no Complexo do Alemão” e manteve a versão de que os agentes apenas revidaram a uma agressão de criminosos “quando foram atacados de várias localidades da comunidade de forma simultânea”.
A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) comunicou que abrirá “um procedimento apuratório para verificar todas as circunstâncias da ação”.
Neste domingo (22), o governo do Estado do Rio de Janeiro informou, também por meio de nota, que o governador Wilson Witzel (PSC) determinou “máximo rigor” nas investigações sobre a morte da menina. De acordo com o comunicado, a DH da capital, responsável pela investigação da morte de Ágatha, já ouviu os parentes da garota, o motorista da Kombi e outras testemunhas. O veículo onde ela estava no momento do tiro já foi periciado.
Cinco crianças já morreram neste ano no Rio
Ágatha é a quinta criança vítima de bala perdida no Rio de Janeiro neste ano. As informações são da ONG Rio de Paz, que combate a violência por meio da defesa dos direitos humanos no Brasil. Segundo dados da organização, desde 2007, 57 crianças morreram atingidas por balas perdidas.
Em 2007, foram três; em 2008, duas; 2010, uma; 2011, duas; 2012, duas; 2013, três; 2014, duas; 2015, sete; 2016, 10; 2017, 10 e 2018, 10. Ou seja: de 2015 a 2019, o número de mortes foi duas vezes maior do que nos oito anos anteriores.
*Com Estadão Conteúdo
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