PMs envolvidos em ação que matou Ágatha serão ouvidos nesta segunda

  • Por Jovem Pan
  • 23/09/2019 11h16 - Atualizado em 23/09/2019 11h30
Reprodução/Redes Sociais Menina foi atingida por um tiro nas costas quando estava dentro de uma kombi

Os policiais militares envolvidos na ação que resultou na morte da menina Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, serão ouvidos nesta segunda-feira (23) na Delegacia de Homicídios (DH) do Rio de Janeiro. Além de ouvir os depoimentos, os investigadores deverão recolher as armas utilizadas no momento do ocorrido e encaminhar para perícia.

Ela morreu no último sábado (21) após ser atingida, nas costas, por uma bala de fuzil na noite de sexta-feira (20), enquanto estava dentro de uma kombi, no Complexo do Alemão.

De acordo com relatos de moradores pelas redes sociais, o tiro teria sido disparado por militares da UPP, que atiraram contra ocupantes de uma motocicleta em fuga. A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMRJ), no entanto, informou, em nota divulgada no sábado, que lamentava “profundamente a morte da pequena Ágatha no Complexo do Alemão” e manteve a versão de que os agentes apenas revidaram a uma agressão de criminosos “quando foram atacados de várias localidades da comunidade de forma simultânea”.

A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) comunicou que abrirá “um procedimento apuratório para verificar todas as circunstâncias da ação”.

Neste domingo (22), o governo do Estado do Rio de Janeiro informou, também por meio de nota, que o governador Wilson Witzel (PSC) determinou “máximo rigor” nas investigações sobre a morte da menina. De acordo com o comunicado, a DH da capital, responsável pela investigação da morte de Ágatha, já ouviu os parentes da garota, o motorista da Kombi e outras testemunhas. O veículo onde ela estava no momento do tiro já foi periciado.

Cinco crianças já morreram neste ano no Rio

Ágatha é a quinta criança vítima de bala perdida no Rio de Janeiro neste ano. As informações são da ONG Rio de Paz, que combate a violência por meio da defesa dos direitos humanos no Brasil. Segundo dados da organização, desde 2007, 57 crianças morreram atingidas por balas perdidas.

Em 2007, foram três; em 2008, duas; 2010, uma; 2011, duas; 2012, duas; 2013, três; 2014, duas; 2015, sete; 2016, 10; 2017, 10 e 2018, 10. Ou seja: de 2015 a 2019, o número de mortes foi duas vezes maior do que nos oito anos anteriores.

*Com Estadão Conteúdo

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