Polícia identifica seguranças que torturaram jovem em supermercado de SP

  • Por Jovem Pan
  • 03/09/2019 21h37
Google Maps supermercado-ricoy Eles foram identificados, em depoimento, por um gerente do Ricoy

A Polícia Civil identificou, nesta terça-feira (3), os dois seguranças acusados de torturar um jovem de 17 anos no supermercado Ricoy, na Avenida Yervant Kissajikian, em Vila Joaniza, Zona Sul de São Paulo, após ele ter tentado furtar um chocolate. São eles Davi de Oliveira Fernandes, 37 anos, e Valdir Bispo dos Santos, 49 anos, seguranças terceirizados do estabelecimento.

Eles foram identificados, em depoimento, por um gerente do Ricoy. O rapaz afirmou ter sido ameaçado de morte por um deles, para que não relatasse o fato. Além disso, contou que já foi havia sido torturado outras vezes, mas só nessa foi filmado, o que motivou a abertura do inquérito.

No vídeo compartilhado nas redes sociais, o rapaz aparece nu, com as mãos amarradas e a boca amordaçada, sendo chicoteado. De acordo com o Boletim de Ocorrência, a vítima “tentou sair do local com um chocolate sem efetuar o pagamento”. Na porta, foi abordada por um dos seguranças, “o qual já conhece há algum tempo”. Eles o levaram para um quarto no fundo do estabelecimento. “Ali, ele foi despido, amarrado e amordaçado e passou a ser torturado com um chicote de fios elétricos trançados por 40 minutos, sendo agredido o tempo todo”.

O advogado Ariel de Castro Alves, conselheiro do Condepe (Conselho Estadual de Direitos Humanos), acompanhou o jovem para depor. “Contatei hoje o Conselho Tutelar da Cidade Ademar para que acompanhem o caso e deem apoio através de encaminhamentos sociais ao adolescente. Encaminhei o Boletim de Ocorrência com o endereço para os conselheiros realizarem uma visita onde ele está morando e verifiquem se ele está recebendo alguma ameaça”, declarou.

“O conselho também vai verificar a necessidade de assistência psicológica ao jovem. O menino está passando hoje por exame de corpo delito. Os agressores logo que identificados e indiciados podem ser presos preventivamente já que no dia dos fatos ameaçaram o rapaz caso ele denunciasse a violência sofrida”, disse Ariel.

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