Prefeitura de São Paulo vai multar blocos de rua em mais de R$ 300 mil

Estadão Conteúdo O bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, por exemplo, terá de pagar R$ 220 mil por ter atrasado sua dispersão

A prefeitura de São Paulo vai multar os blocos de carnaval de rua que descumpriram termos do acordo firmado com o poder público. É a primeira vez que isso acontece.

As penalidades definidas até esta quarta-feira (6) ultrapassavam R$ 300 mil. O Acadêmicos do Baixo Augusta, por exemplo, terá de pagar R$ 220 mil por ter atrasado sua dispersão. O bloco deveria ter encerrado o som até as 19h45, mas tocou até 21 horas no domingo de pré-carnaval, dia 24 de fevereiro.

Também por atraso, a Banda do Fuxico terá de pagar R$ 88 mil à gestão de Bruno Covas (PSDB). A agremiação disse ter encerrado o desfile às 21h50, no centro, 10 minutos antes do horário que o bloco encerra o desfile há 19 anos.

O Bloco do Faísca, que saiu no dia 22, na Liberdade, será multado em R$ 22 mil por meio do Sindicatos dos Eletricitários, que organizou o bloco. O motivo foi ter desfilado sem autorização.

O Carnamauri, realizado na tarde de 24 de fevereiro, nos Jardins, será multado por ter vendido bebidas alcoólicas e abadás, o que é proibido no carnaval paulistano. O valor ainda não definido. Além da multa, o Carnamauri não poderá escolher o trajeto no ano que vem.

Já o bloco Meu Glorioso São Cristóvão, que deveria ter saído na Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, na zona sul, será penalizado por não ter aparecido no local, onde a prefeitura montou estrutura com banheiros, além de enviar agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da Guarda Civil Metropolitana (GCM).

O que dizem os blocos

a diretoria do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta disse que ainda não foi notificado sobre a multa. Afirmou também que entregou o plano de segurança, com todas as informações de desfile, “inclusive o horário de término às 21 horas”.

Segundo o grupo, há cinco anos o Baixo Augusta termina nesse horário, pois há “imensa frequência de público”, o que teria sido discutido em reuniões com órgãos públicos. O grupo carnavalesco ainda reclamou do cerco à Praça Roosevelt, o que reduziu o espaço para a passagem dos carros.

O presidente da Banda do Fuxico, José Roberto do Nascimento Silva, disse não saber da multa e afirmou que vai recorrer da decisão. Ele alega não ter recebido o documento oficial com o novo horário, de até as 20 horas, e ressaltou que teve autorização da SPTuris para encerrar às 22 horas.

“Como assim multar nosso bloco oficial, que desfila há 19 anos, por falha da logística dos organizadores do próprio carnaval?”, disse. “Vamos provar que estamos certos e não fizemos nada fora da lei.”

Fabiano Curi, um dos organizadores do Carnamauri, disse que o bloco não foi notificado. Ele disse que a venda de abadás foi “em um evento paralelo, em um espaço particular e feita por terceiros”. “Nós tínhamos uma autorização de Feira Gastronômica. Todas as autorizações necessárias junto aos órgãos públicos competentes foram feitas.”

As diretores do Bloco do Faísca e do Meu Glorioso São Cristóvão não se manifestaram.

*Com informações da Agência Estado