Preocupação com ‘loteamento político’ em novo Coaf é ‘exagerada’, diz Moro

  • Por Jovem Pan
  • 03/09/2019 15h38
Valter Campanato/Agência Brasil "Sinceramente, o Coaf estar na Economia ou BC não faz muita diferença, reafirmou ainda o ministro

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, disse nesta terça-feira (3) que considera “exagerada” a preocupação com possível “loteamento político” em cargos da Unidade de Inteligência Financeira (UIF), novo nome do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O órgão recentemente passou a fazer parte da estrutura do Banco Central e começou a permitir a contratação de profissionais do setor privado.

“Se fez a opção por permitir que fossem requisitados não só servidores públicos, mas também receber pessoas do setor privado. Isso gerou preocupações da parte de alguns setores, a meu ver exageradas, de que poderia haver loteamento político. Acho que não necessariamente. Eu tenho vários cargos comissionados de pessoas que vieram do setor privado para o Ministério da Justiça e não significa que serão loteados politicamente”, disse.

O ministro, que participou da 9º Congresso de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo, organizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), também argumentou que o BC é uma instituição que tem tradição de eficiência. “Portanto, acho muito difícil que seja permeável a qualquer espécie de loteamento político.”

Moro ainda reafirmou que a ideia de levar o Coaf para a Justiça não foi motivada por um pedido dele. “Mas, como foi oferecido, acreditávamos que poderíamos fazer bom uso”, disse. Depois, lembrou o ministro, o Coaf acabou voltando para o Ministério da Economia e, em seguida, o governo decidiu transferi-lo para o BC, alterando o seu nome.

“Sinceramente, o Coaf estar na Economia ou BC não faz muita diferença. Em ambos os locais eu acredito que está bem. Ficou muito tempo na Fazenda e funcionava bem”, declarou. “Não que não funcionasse bem na Justiça, até porque nós reforçamos o órgão, mas estará em boas mãos no BC. O presidente do BC tem competência e habilidade para preservar a autonomia, independência e eficiência do órgão”, completou.

Ao final de seu comentário, brincou com a escolha do novo nome. “Eu disse que ao presidente do BC que achei que faltou um pouco de criatividade. O Coaf agora é uma Unidade de Inteligência Financeira. Antes não era? Mas tudo bem, não pode haver disputas em relação a isso”, disse, arrancando algumas risadas da plateia.

*Com Estadão Conteúdo

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