Presidenciáveis se enfrentam em primeiro debate televisivo das eleições 2014

  • Por Jovem Pan com informações da EFE
  • 27/08/2014 01h33

Os candidatos ao cargo de Presidente da República fizeram o primeiro debate televisivo destas eleições na noite desta terça-feira. Realizado nos estúdios da TV Bandeirantes, o encontro reuniu Aécio Neves (PSDB), Dilma Rousseff (PT), Eduardo Jorge (PV), Levy Fidélix (PRTB), Luciana Genro (PSOL), Marina Silva (PSB) e Pastor Everaldo (PSC).

O encontro foi marcado pelo enfrentamento dos três candidatos melhores colocados nas recentes pesquisas. Aécio Neves cobrou coerência política de Marina Silva; Dilma Rousseff não poupou críticas à gestão FHC; e Marina se colocou firmemente contra a polarização PT x PSDB.

Marina X PT e PSDB

A candidata Marina Silva investiu contra a presidente Dilma Rousseff e o candidato Aécio Neves. “Temos que combater a polarização entre o PT e o PSDB, que já deu o que tinha que dar”, disse Marina. Se eleita, a candidata se propõe a governar com “os melhores” de cada um dos partidos. “A sociedade vai tirar do banco de reserva pessoas boas como Senador Pedro Simon, o Senador Eduardo Suplicy e, quando me referi a José Serra, tenho certeza que se eu ganhar a presidência, ele não irá pelo caminho mesquinho da oposição que só vê defeitos”, disse.

Em outro momento do debate, a candidata do PSOL, Luciana Genro criticou a postura de Marina Silva e a comparou com Dilma e Aécio. “Essa conversa de unir todo mundo eu já ouvi em 2002 com Lula. Para fazer uma nova política é preciso contrariar interesses (…) Vocês três são muito parecidos”, afirmou.

Reforma política

Dilma evitou entrar no jogo sobre a “velha política”, mas defendeu seu governo e lembrou que, durante os protestos que começaram em junho do ano passado, propôs uma reforma que acabou não sendo aprovada pelo Congresso.

Ela afirmou que sem o Congresso é impossível fazer uma mudança dessa natureza, e sustentou que ela somente poderá se concretizar mediante uma “participação efetiva da sociedade e não pelo simples desejo de um presidente”. Aécio, por sua vez, rebateu dizendo que desconhece o conceito de “velha” ou “nova política”, já que, em sua opinião, só existem “políticas boas ou ruins”.

Porto de Cuba

O candidato do PSC, Pastor Everaldo, questionou Dilma sobre o financiamento brasileiro que “favorece a ditadura cubana” de obras complementares no porto do Mariel, uma milionária obra conjunta iniciada em 2011 na ilha.

A presidente defendeu o apoio brasileiro ás obras de infraestrutura em outros países da América Latina. Para a candidata à reeleição, o crédito brasileiro a projetos em diversos países latino-americanos está condicionado à participação de empresas brasileiras nas obras e no fornecimento dos materiais, e, por isso, gera emprego e renda para o Brasil. “O Brasil tem condições de construir políticas de apoio à América Latina que beneficiem país e nossas empresas”, afirmou a presidente-candidata no debate.

A chefe de Estado acrescentou que essa política parte do princípio de que o Brasil assume a responsabilidade de ser a maior potência regional. Segundo a presidente, antes o Brasil dirigia seu olhar para os países desenvolvidos e “hoje olha para toda a América Latina e toda a África, e tem uma relação com os Brics (bloco integrado pelo país junto com Rússia, Índia, China e África do Sul) e isso nos permitiu criar o banco dos Brics, que também vai financiar obras em países em desenvolvimento”, disse. “Fizemos um variante do FMI (Fundo Monetário Internacional), um acordo para proteger os países da volatilidade internacional”, ressaltou.

Dos US$ 957 milhões orçados para a construção do Terminal de Contêineres do porto do Mariel, o BNDES bancou um terço desse valor (US$ 682 milhões). “Quando se financia empresa no exterior se garante empregos aqui. A mesa do trabalhador brasileiro tem um padrão de consumo que nunca teve” ressaltou a presidente. Ela justificou que se o Brasil não participasse deste tipo de projeto de infraestrutura, outros países europeus, “como a Holanda”, o fariam.

Petrobras

O candidato pelo PSDB, Aécio Neves, cobrou um pedido de desculpas de Dilma Rousseff sobre a atual situação da Petrobras. De acordo com ele, a empresa atualmente “habita mais as páginas policiais do que as econômicas.”

Em sua resposta, Dilma afirmou achar que Aécio desconhece a estatal. Segundo ela, durante o governo Petista, a petrolífera dobrou de valor. “Durante o período do governo Lula e do meu, a empresa descobriu e explorou o pré-sal. Em 3 anos nós estamos conseguindo extrair 540 mil barris dia”, explicou.

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