Professores da rede estadual de SP aprovam greve contra volta às aulas presenciais

Paralisação teve adesão de 81,8% dos professores; retorno estava previsto para a segunda-feira, 8, com até 35% dos alunos nas escolas da rede estadual

  • Por Jovem Pan
  • 05/02/2021 17h43 - Atualizado em 05/02/2021 17h58
07/10/2020 - Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO crianças sentadas em carteiras com distanciamento em uma escola. uma professora está no meio, com um quadro verde atrás. Categoria afirma que escolas não têm condições sanitárias de receber alunos

Os professores da rede estadual de São Paulo decidiram, nesta sexta-feira, 5, entrar em greve contra a volta às aulas presenciais, previstas para a segunda-feira, 8, em meio à segunda onda da Covid-19. De acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do estado de São Paulo (Apeoesp), 81,8% dos docentes foram favoráveis à manutenção do ensino remoto. Segundo o governo João Doria (PSDB), as escolas estaduais poderão iniciar as aulas com apenas 35% da capacidade. “A partir desta segunda-feira (8), os 3,3 milhões de alunos da rede estadual de São Paulo estão autorizados a retomar as aulas presenciais, em sistema de rodízio, e iniciar o ano letivo de 2021. Nos municípios classificados nas fases vermelha ou laranja do Plano SP, haverá a presença limitada de até 35% dos alunos matriculados. Na fase amarela, o limite é de 70% dos estudantes; e na etapa verde, é admitida a presença de 100% dos alunos matriculados”, diz o governo paulista em nota.

A categoria defende que as escolas só sejam reabertas quando os profissionais da educação forem vacinados. Para a Apeoesp, as escolas também não possuem condições sanitárias de receber os estudantes. O sindicato também realizou um levantamento que aponta 147 casos de contaminação em unidades que tiveram atividades presenciais. Em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Jovem Pan, o secretário de Educação do governo de São Paulo, Rossieli Soares, afirmou que as escolas estão preparadas para receber os alunos e destacar que não houve nenhum caso de transmissão registrado desde o início das atividades extracurriculares nas unidades de ensino. “Desde junho [de 2020] estou dedicado a dizer que temos condições de voltar, mas não normalmente, com ambiente controlado, com distanciamento. Voltar às aulas, sim, porque é insubstituível, mas com segurança. Em 8 de setembro [de 2020] começamos as atividades extracurriculares na rede de ensino, 2 milhões de alunos passaram pelas escolas e não tivemos nenhum caso de transmissão”, disse.

Em um boletim divulgado no site da Apeoesp, o sindicato afirma que realizará atos e manifestações ao longo da próxima semana. “No desenvolvimento da greve, realizaremos ações virtuais durante a semana de 8 a 12/2, ao mesmo tempo em que denunciaremos o assédio moral e opressões da SEDUC (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo) sobre os professores”, diz o texto. A categoria também afirma que pretende viralizar a hashtag #ProfessoresEmGrevePelaVida nas redes sociais e veicular matérias pagas na televisão para prestar esclarecimentos à sociedade.

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