Quem é Maurício Valeixo, figura central na disputa entre Moro e Bolsonaro

  • Por Jovem Pan
  • 23/04/2020 16h19 - Atualizado em 23/04/2020 16h28
Reprodução/Gazeta do Povo Valeixo foi superintendente da Polícia Federal no Paraná e coordenou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

A relação entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o presidente da República, Jair Bolsonaro, passou por mais um desgaste nesta quinta-feira (23). Bolsonaro decidiu que tiraria Maurício Valeixo da diretoria-geral da Polícia Federal, o que culminou na demissão de Moro. Em pouco tempo, ambos voltaram atrás, e tanto o ministro quanto Valeixo permanecem nos cargos.

Valeixo é amigo de longa data e um nome de confiança do ex-juiz. Ele foi escolhido em 2018 pelo próprio Moro para ocupar o cargo de diretor-geral da PF, no lugar de Rogério Galloro.

Ex-diretor de Inteligência da PF, Valeixo foi diretor de uma outra área-chave para a gestão do agora ministro da Justiça: a de Combate ao Crime Organizado.

Além disso, trouxe contribuições importantes para a Operação Lava Jato: foi superintendente da Polícia Federal no Paraná e coordenou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foi também em sua gestão que foi fechada a delação de Antonio Palocci em Curitiba. O diretor-geral atuou, ainda, em outro caso importante da carreira de Moro, a Operação Banestado.

Ele assumiu o posto com a missão de “fortalecer a PF, com foco no combate à corrupção e ao crime organizado”.

Outras tentativas

Esta não foi a primeira vez que Jair Bolsonaro falou em trocar o comando da Polícia Federal. Desde o ano passado, o presidente tem tentado tirar Valeixo do cargo, sempre com a resistência de Moro. Em agosto, o presidente chegou a dizer que o diretor-geral da PF era subordinado a ele, não ao ministro. “Está na lei que eu indico e não o Sergio Moro. E ponto final”, disse na época.

Além da crise com Valeixo, Bolsonaro também teve outro entrevero envolvendo a Polícia Federal no ano passado. Ele tentou trocar o então superintendente da PF no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, por Alexandre Silva Saraiva, que trabalhava no Amazonas. Saadi, no entanto, foi substituído por Carlos Henrique Oliveira Sousa, de Pernambuco, por decisão da corporação.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.