RJ: Conselho aprova recomendações para orientar internações em UTIs
O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) aprovou na terça-feira (5), em reunião virtual, um conjunto de recomendações que aponta parâmetros para orientar a internação de pacientes em unidades de terapia intensiva (UTIs). A Secretaria de Saúde fluminense confirmou que tem discutido o documento, em conjunto com vários órgãos.
O alvo das recomendações, preparado pela Câmara Técnica de Intensivismo do órgão e aprovado, com pequenas alterações, pelos conselheiros, são os profissionais pouco experientes que atuam no combate à covid-19, informou o presidente do colegiado, Sylvio Provenzano.
O documento aconselhará a internação de pacientes que apresentem, por exemplo, má perfusão tissular (sinais de que o fluxo sanguíneo na região afetada é insuficiente); quadros de choque; alteração de exames dos marcadores inflamatórios; sinais de tromboembolismo; alteração da função renal; alteração da função de oxigênio, mesmo com cateter de oxigênio nas narinas.
Serão usados critérios internacionais, com base no Sequential Organ Failure Assessment (SOFA), que avalia com pontos o estado de alguns órgãos, como coração e pulmões. Alterações pulmonares de mais de 50% e com 48 horas serão motivo para uso de respirador.
Provenzano afirmou que a decisão sobre quem irá para CTIs será sempre dos médicos. O conselho não abordou critérios de escolha para casos em que faltem leitos de UTI. Segundo o presidente do colegiado, o órgão só cuida de parâmetros para internação – cabe ao Estado prover leitos.
Ele afirmou que escolhas desse tipo são feitas em todo o mundo, como parte da rotina médica. “Se tenho um paciente com câncer avançado de pulmão, que mesmo com respirador a opção de tratamento para ele é a mínima possível, ele pode ficar monitorado em uma enfermaria, com toda a sedação, todo o conforto, para não ter sofrimento. Mas o leito de CTI será ocupado por outro.”
Uma versão do documento da secretaria, que circulou na semana passada, apontava como critérios para ocupar leitos de UTI; doenças preexistentes, como diabete, obesidade e hipertensão; idade; e a ordem de solicitação. Carlos André Uehara, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, disse que, no documento prévio, a idade seria só um critério de desempate.
Entre os conselhos e entidades brasileiros que também se manifestaram sobre o assunto – como a Associação de Medicina Intensiva Brasileira e o Conselho de Medicina de Pernambuco -, há o entendimento de priorizar os pacientes com maior chance de sobrevivência e, em segundo caso, os que têm maior expectativa de anos de vida.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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