Temer tenta conter racha do PMDB

  • Por Estadão Conteúdo
  • 10/03/2017 10h45
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BRA102. BRASILIA (BRASIL), 07/03/2017. El presidente de Brasil, Michel Temer, habla durante una ceremonia oficial de Gobierno en el Palacio de Planalto hoy, martes 7 de marzo de 2017, en Brasilia (Brasil). Temer juramentó hoy al diputado Osmar Serraglio como ministro de Justicia y al senador Aloysio Nunes como canciller, y subrayó la "fundamental integración" que existe entre su Gobierno y el Parlamento. EFE/Joédson Alves EFE/Joédson Alves EFE - Michel Temer discursa em Brasília

O presidente Michel Temer está tendo de dedicar tempo à “administração” da disputa interna em seu partido, o PMDB. Na noite desta quinta-feira (9), ele recebeu no Palácio do Planalto o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que está se sentindo desprestigiado, com perda de espaço no partido, e quer apresentar suas demandas ao presidente.

Temer, por sua vez, quer evitar que disputas internas do PMDB prejudiquem a aprovação de reformas consideradas importantes pelo governo no Congresso. O governo sabe o motivo dos ataques de Renan: o ex-presidente do Senado reclamou da nomeação do deputado Maurício Quintella (PR-AL), que não integra seu grupo político, no Ministério dos Transportes. Agora, o senador pleiteia a Secretaria de Portos, vinculada ao Ministério dos Transportes, para tentar ter influência na pasta e mostrar seu poder.

Lava Jato

A briga interna do PMDB envolvendo nomes da cúpula da legenda também tem se agravado, segundo auxiliares palacianos, por causa dos avanços da Operação Lava Jato. Às vésperas do recebimento, pelo Supremo Tribunal Federal, da lista de investigados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com base nas delações da Odebrecht, o presidente da legenda e líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), tem sido um dos principais alvos.

As queixas contra o senador – alvo da Lava Jato – vão desde a falta de atendimento no gabinete às acusações de uso de recursos do partido sem transparência. “Acho que é preciso ter transparência. É preciso renovação. Não vou entrar no mérito das denúncias, mas acho que seria bom para o partido que o Jucá se licenciasse”, disse o segundo-vice-presidente do PMDB, deputado João Arruda (PR). Procurado, Jucá não comentou.

Arruda integra um movimento encampado pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MT) que pede a saída do comando do PMDB de todos aqueles que são alvo da Lava Jato. Em meio a esse impasse, Temer também deverá ser procurado por integrantes do grupo nos próximo dias, ocasião em que serão apresentas as queixas relacionadas à condução da legenda.

Na noite de anteontem, Temer teve mais uma das suas reuniões com Jucá, seu fiel aliado. Na pauta, o atendimento de demandas para tentar reduzir a “ira” de peemedebistas insatisfeitos com o líder. No Planalto, a avaliação é de que essa tentativa de tirar o senador do comando do partido não vai longe e também será resolvida com uma “conversa” com os parlamentares descontentes.

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