Vacina brasileira contra Covid-19 poderá ser usada anualmente, diz Marcos Pontes

SpiNTec, que pode ter um custo menor que os imunizantes que já estão no mercado, está sendo desenvolvida na Universidade Federal de Minas Gerais e terá duas doses

  • Por Jovem Pan
  • 01/08/2021 20h19 - Atualizado em 01/08/2021 20h21
Walterson Rosa/MS IFA para produção de 10 milhões de doses de Oxford/AstraZeneca chega ao Brasil SpiNTec deve ter um custo final inferior ao de outros imunizantes

A vacina brasileira SpiNTec, desenvolvida pelo CTVacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), poderá ser utilizada na vacinação anual contra a Covid-19. A informação foi divulgada neste domingo, 1, pelo ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, durante entrevista coletiva. No sábado, 31, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que recebeu o pedido para realização de estudos de fases 1 e 2 da SpiNTec. A análise considerará, segundo os procedimentos da Anvisa, a proposta do estudo, o número de participantes e os dados de segurança obtidos até o momento nos estudos pré-clínicos realizados em laboratório e em animais. O CTVacinas é o centro de pesquisas em biotecnologia da UFMG. Durante entrevista, que também contou com a participação de representantes da universidade, Pontes afirmou que o trabalho de sua pasta está em sintonia com o do Ministério da Saúde. Segundo o ministro, a SpiNTec poderá ser usada em campanhas anuais, assim como outras vacinas nacionais que surgirão.

“Teremos vacinação anual. E o fato de termos vacinas nacionais significa que elas poderão ser usadas nestas vacinações”, disse Pontes. “A ideia é que tenhamos esta vacina participando do plano nacional.” O ministro destacou ainda o fato de vacinas como a SpiNTec estarem surgindo em intervalos menores, em apenas alguns meses. No passado, pontuou o ministro, o desenvolvimento de imunizantes durava entre 5 e 10 anos. Na coletiva, técnicos do ministério e pesquisadores da UFMG esclareceram detalhes da SpiNTec. A vacina utiliza a estratégia de proteína recombinante, que consiste na identificação, dentro do genoma do novo coronavírus, das sequências com informações para produção de proteínas. Estas sequências são introduzidas em bactérias que, por sua vez, passam a produzir proteínas que servirão para a formulação da vacina.

Como a vacina utiliza a tecnologia de proteína recombinante, a expectativa é de que seu custo final seja inferior ao de outros imunizantes que já estão no mercado. Pelos testes já realizados, a vacina funcionou em animais. Agora, os pesquisadores esperam, com a anuência da Anvisa, testá-la em seres humanos. A expectativa dos pesquisadores é de que a SpiNTec seja aplicada em duas doses – como a maioria das vacinas já autorizadas no País – em intervalos de 21 dias. Nos ensaios pré-clínicos, foram feitos testes com ao menos uma das variantes do novo coronavírus e o imunizante brasileiro se mostrou eficaz.

*Com informações do Estadão Conteúdo. 

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