Canadá:senadores são acusados de usar dinheiro público em despesas pessoais

  • Por Agencia EFE
  • 09/06/2015 18h23

Toronto (Canadá), 9 jun (EFE).- O Escritório do Auditor-Geral do Canadá concluiu que vários senadores canadenses colocaram na conta do erário eventos esportivos, férias e consertos domésticas, despesas que oram camufladas como realizadas em função de seus cargos, mostrou um relatório divulgado nesta terça-feira.

O esperado relatório do Escritório do Auditor-Geral do Canadá identificou 30 senadores e ex-senadores que nos últimos anos abusaram do sistema de compensação de despesas da Câmara Alta do parlamento canadense.

Em nove casos as irregularidades são tão graves que o auditor-geral do Canadá, Michael Ferguson, remeteu a investigação à polícia do Canadá para que determine se houve crime.

O relatório, em que Ferguson se debruçou nos dois últimos anos, concluiu que, dado o tamanho e a seriedade das irregularidades, os senadores deveriam deixar de controlar suas contas e ceder essa autoridade a um organismo independente.

“Descobrimos que a supervisão, a responsabilidade e a transparência das despesas dos senadores simplesmente não foi adequada”, assinalou o relatório.

A investigação também solicitou uma “mudança regenerativa, já que como grupo, os senadores criam suas próprias normas, decidem se as fazem cumprir e determinam se uma informação será revelada publicamente”.

Ferguson recomendou que os senadores canadenses sejam proibidos de viajar na primeira classe em voos curtos, e a limitação das faturas de telefones celulares no exterior para economizar custos.

Durante uma entrevista coletiva após a publicação do relatório, o presidente do Senado, o conservador Leo Housakos, um dos legisladores que abusou do sistema de compensação de pagamentos, resistiu a aceitar as recomendações do auditor-geral.

No entanto, Housakos que soube há dias dos resultados da investigação, anunciou ontem que, embora não esteja de acordo com as conclusões do Escritório do Auditor-Geral, devolverá todo o dinheiro embolsado de forma irregular.

O presidente do Senado se comprometeu a tornar a casa mais transparente no futuro e a efetuar “controles melhores”, mas não disse quando essas mudanças começarão a ser executadas. EFE

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