Capriles pede que governo suspenda “torturas” e “repressão” na Venezuela
Caracas, 17 fev (EFE).- O líder opositor venezuelano Henrique Capriles fez um apelo para que o governo suspenda as “torturas” e a “repressão” e abra um “caminho verdadeiro rumo à paz”, afirmando que é hora de a tolerância reinar e de rejeitar a violência.
“Exigimos do governo que cessem as torturas, que cessem a repressão, que se abra um caminho verdadeiro rumo à paz que milhões de venezuelanos desejamos”, protestou Capriles em carta aberta publicada hoje em vários diários do país.
O oposicionista, quem tomou distância dias atrás das chamadas a marchar de dirigentes opositores como Leopoldo López e María Corina Machado, pediu respeito à Constituição e reivindicou pôr a democracia acima de qualquer interesse pessoal.
“Não é hora de abandonar a luta, mas também não de jogar fora as conquistas que alcançamos”, disse, sublinhando seu acompanhamento ao protesto sem violência.
O saldo da última quarta-feira em confrontos após as manifestações pacíficas de estudantes contrárias ao governo de Nicolás Maduro foi de três mortos e mais de 60 feridos em várias cidades da Venezuela.
Nos últimos dias, o município Chacao, no leste de Caracas, se tornou ponto habitual de enfrentamentos e vandalismo por parte de grupos que, governo e oposição concordam, estão infiltrados nas manifestações para gerar tumulto.
Os incidentes deixaram ontem à noite um saldo de 18 pessoas que precisaram receber algum tipo de atendimento médico e que se somam a dezenas de feridos nos dias anteriores.
“Não permitamos que a violência nos leve a um beco sem saída. Só com o protesto pacífico podem se alcançar mudanças permanentes”, acrescentou, pedindo mais uma vez não perder “o foco”.
Capriles convocou ainda a consolidar o movimento social para exigir ao governo que “mude de rumo”. “Não podemos permitir que o país se perca”, acrescenta.
O também governador do estado Miranda pede ao governo de Nicolás Maduro que demonstre sua “vocação humanista”, que retifique, que desarme os paramilitares e aprove divisas para a importação de produtos.
“Pedimos à nossa Força Armada Nacional Bolivariana que seja um fiel fiador de que se cumpra a Constituição e que respeite o direito d os venezuelanos a se expressarem livremente”, afirmou em sua mensagem.
Maduro repreendeu Capriles ontem à noite por considerar que não está assumindo suas responsabilidades para preservar a ordem em Chacao, município sob a jurisdição do estado Miranda, e que está permitindo desordens públicas.
Tanto Capriles como o prefeito de Chacao, Ramón Rapaz, repudiaram os incidentes no município, que consideraram atos de vandalismo. EFE
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