Castro diz que embargo é o principal obstáculo para desenvolvimento de Cuba

  • Por Agencia EFE
  • 26/09/2015 14h41
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Nações Unidas, 26 set (EFE).- O presidente de Cuba, Raúl Castro, garantiu neste sábado em seu primeiro discurso nas Nações Unidas que o embargo americano é “o principal obstáculo para o desenvolvimento econômico” de seu país.

Castro, que disse que o restabelecimento das relações entre Cuba e Estados Unidos é “um importante avanço”, destacou que o bloqueio “causa danos e privações ao povo cubano”, afeta outras nações e prejudica as empresas e cidadãos americanos.

O presidente de Cuba lembrou que essa política “é rejeitada por 188 membros das Nações Unidas, que pedem o fim do mesmo”.

Há meses, após o anúncio do processo para a normalização das relações com Cuba, o presidente dos EUA, Barack Obama, reivindica sem sucesso ao Congresso de seu país o levantamento do embargo, que ficou codificado como lei em 1996 mediante a legislação Helms-Burton.

“O restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos, a abertura de embaixadas e as mudanças que o presidente Barack Obama declarou na política para nosso país constituem um importante avanço, que incitou o mais amplo apoio da comunidade internacional”, lembrou hoje Castro.

“No entanto, persiste o bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba por mais de meio século”, lamentou depois.

O líder cubano, que discursou no marco da Cúpula de Desenvolvimento Sustentável da ONU, denunciou os “níveis inaceitáveis de pobreza” que sofrem muitas partes do mundo, o aumento da lacuna entre Norte e Sul e o aumento da “polarização da riqueza”.

Segundo Castro, “a instabilidade em várias regiões tem sua raiz na situação de subdesenvolvimento na qual vivem dois terços da população mundial”.

Nesse sentido, o líder cubano considerou que os avanços conseguidos nos 15 últimos anos com os Objetivos do Milênio foram “insuficientes” e estiveram “desigualmente distribuídos”.

Entre outras coisas, apontou como exemplo as enormes diferenças na taxa de mortalidade infantil e materna que continua havendo entre países ricos e países em desenvolvimento.

Castro criticou como no meio da crise os “ricos e as companhias transnacionais ficam cada vez mais ricos”, enquanto aumenta o número de pobres, e pediu uma solução para o problema da dívida soberana “já paga várias vezes”.

“Seria preciso construir outra arquitetura financeira internacional, eliminar o monopólio tecnológico e do conhecimento, e mudar a ordem econômica internacional vigente”, defendeu.

O presidente cubano considerou, além disso, que os países industrializados deveriam “aceitar sua dívida histórica e exercer o princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciados”.

“Não pode se excluir como pretexto pela falta de recursos quando são investidos US$ 1,7 bilhão anuais em despesas militares, sem cuja redução não serão possíveis o desenvolvimento, nem uma paz estável e duradoura”, acrescentou.

Castro, que participa pela primeira vez nos encontros de líderes mundiais da ONU, deve voltar a discursar perante a Assembleia Geral na próxima segunda-feira. EFE

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