Centenas de pessoas pedem justiça em velório de promotor argentino

  • Por Agencia EFE
  • 29/01/2015 04h07
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Buenos Aires, 28 jan (EFE).- Centenas de pessoas pediram justiça nesta quarta-feira em frente à funerária onde está sendo velado o promotor Alberto Nisman, que morreu com um tiro na têmpora, em circunstâncias duvidosas, após fazer uma denúncia contra a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, por tentar acobertar os terroristas iranianos suspeitos do atentado contra uma associação israelita, que deixou 85 mortos em 1994.

Enquanto familiares, amigos próximos e colaboradores velavam o corpo de Nisman na intimidade, em uma funerária do bairro de Belgrano, em Buenos Aires, centenas de pessoas se reuniram nos arredores para render uma última homenagem ao promotor, que morreu no dia 18 de janeiro.

No meio de um forte dispositivo policial, os presentes gritaram pedindo justiça e fizeram críticas à presidente Cristina Kirchner.

A concentração transcorreu sem incidentes até que um grupo depredou uma coroa de flores enviada pela Procuradoria Geral do país, liderada por Alejandra Gils Carbó, que é muito próxima da presidente.

Os presentes acenderam velas embaixo de um grande cartaz com as palavras “Todos somos Nisman”, e exibiram mensagens como “Chega de juízes e promotores militantes K”, “Chega de corrupção e impunidade K” e “Cristina corrupta. Renuncie já”.

“O que aconteceu com Nisman é uma aberração”, afirmou à Agência Efe Matilde Fernández, que criticou a “inoperância” e a “apatia” do Executivo.

“Vim oferecer meus pêsames para que não se sintam sós e para ver se podemos transmitir à sociedade que na realidade não se deve ter medo”, acrescentou.

Clorinda Sánchez afirmou que “a Argentina está de luto” porque o promotor Nisman “agora representa um mártir”.

Ao velório, também compareceram o embaixador dos Estados Unidos, Noah Mamet, e autoridades da organização judaica Delegação de Associações Israelitas Argentinas (Daia) e da associação israelita Amia, que foi alvo do atentado em 1994.

O promotor será enterrado amanhã, quinta-feira, em um cemitério judeu na cidade de La Tablada, nos arredores de Buenos Aires. EFE

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