Cirurgiões britânicos usam tratamento genético para corrigir cegueira

  • Por Agencia EFE
  • 16/01/2014 11h26

Londres, 16 jan (EFE).- Uma equipe de cirurgiões da Universidade de Oxford, na Inglaterra, usou uma técnica de tratamento genético para melhorar a visão de seis pacientes que, de outra forma, teriam ficado cegos, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira pela revista “The Lancet”.

Os especialistas fizeram uma operação nos pacientes afetados com uma rara doença hereditária que causa a morte das células que detectam a luz, conhecida como coroideremia.

A intervenção cirúrgica implicou na inserção de um gene nas células oculares que deu vida às células que detectam a luz, uma técnica que os médicos acreditam que poderia ser usada para tratar formas comuns de cegueira.

Robert McLaren, professor de oftalmologia de Oxford e responsável pela pesquisa, admitiu hoje em declaração à emissora britânica “BBC” que se sente “absolutamente entusiasmado” com o resultado dos experimentos.

“Realmente, não poderíamos ter obtido um resultado melhor”, disse.

Os testes médicos começaram há dois anos e o primeiro paciente foi Jonathan Wyatt, que então tinha 63 anos e sofre da condição genética que deriva na perda progressiva da visão.

Após se submeter à operação, sua visão “melhorou”. Outro paciente, Wayne Thompson, declarou à rede de televisão que teve um “efeito imediato”.

Thompson afirmou que sua “visão da cor melhorou” após passar pelo procedimento e que pela primeira vez desde que tinha 17 anos, quando seu visão começou a se deteriorar, conseguiu ver as estrelas.

Se os pacientes continuarem melhorando, os especialistas pretendem oferecer o tratamento a pessoas mais jovens afetadas com coroideremia, para evitar que percam a visão.

Essa condição é relativamente rara e no Reino Unido afeta aproximadamente mil pessoas.

No entanto, McLaren considera que o tratamento genético poderia ser feito para curar outras formas genéticas de cegueira, como a degeneração macular relacionada à idade, que gera uma deterioração na visão em um em cada quatro idosos de 75 anos. EFE

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