Divulgação do vídeo da chegada de promotor à Argentina soma dúvidas ao caso

  • Por Agencia EFE
  • 22/01/2015 19h08
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Buenos Aires, 22 jan (EFE).- A divulgação das imagens da chegada ao aeroporto de Buenos Aires do promotor Alberto Nisman antes de falecer, e que interrompeu suas férias por motivos desconhecidos apenas dois dias antes de apresentar sua denúncia contra Cristina Kirchner, aumentaram nesta quinta-feira a polêmica em torno dessa estranha morte.

No vídeo, procedente das câmeras de segurança do aeroporto internacional de Ezeiza e divulgado pelo canal C5N, se vê Nisman muito apressado atravessando o controle migratório no último dia 12, por volta das 8h30 (hora local, 9h30 de Brasília).

Em seguida, o promotor é visto perto das esteiras e, enquanto espera sua bagagem, olha de um lado para outro, confere várias vezes seu telefone celular e faz algumas ligações.

Minutos depois, um indivíduo de terno não identificado e cujo rosto aparece distorcido nas imagens se encontra com ele e se cumprimentam.

A imprensa local levantou a possibilidade de que a pessoa que recolheu Nisman em Ezeiza seja um agente dos Serviços de Inteligência argentinos.

Nisman retornou à Argentina no último dia 12 de janeiro após interromper, por motivos desconhecidos, as férias que passava na Europa junto com sua filha de 12 anos, que ficou sozinha no aeroporto de Barajas, em Madri, durante três horas à espera de sua mãe.

Apenas dois dias após seu retorno ao país, Nisman apresentou perante a Justiça a denúncia na qual acusa Cristina, o chanceler Héctor Timerman e vários dirigentes governistas de orquestrar um plano para encobrir os terroristas iranianos supostamente responsáveis pela atentado contra a associação mutual israelita Amia em 1994.

Em sua primeira comunicação oficial após saber da morte do promotor, a própria presidente se perguntou “quem foi que o ordenou voltar ao país em 12 de janeiro, deixando inclusive sua pequena filha sozinha no aeroporto de Barajas, interrompendo férias familiares e a licença no trabalho que tinham começado em 1º de janeiro e deviam terminar depois do dia 20”.

O promotor foi encontrado morto em seu apartamento, com um tiro na têmpora, horas antes de comparecer perante o Congresso para ampliar detalhes da denúncia que tinha apresentado contra a presidente.

As circunstâncias da morte de Nisman ainda não foram esclarecidas e as novas provas achadas somam incerteza sobre a causa.

Em mensagem postada em seu blog, a própria presidente afirmou hoje que está “convencida” que a morte de Nisman “não foi um suicídio”. EFE

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