Bolsonaro diz que PIB crescerá 3,5% em 2021 e que governo manterá o teto de gastos

Em evento com investidores, presidente afirma que meta da agenda externa é integrar o país à OCDE e defende agenda de reformas para atrair capital estrangeiro

  • Por Jovem Pan
  • 26/01/2021 12h09
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GABRIELA BILó/ESTADÃO CONTEÚDO - 13/01/2021 Presidente ressaltou esforços do país para tornar ambiente mais atrativo para investimentos internacionais

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta terça-feira, 26, que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescerá 3,5% em 2021. Em evento com investidores, o chefe do Executivo também disse que o governo manterá o teto de gastos e que não vai permitir que medidas adotadas para mitigar os efeitos da pandemia do novo coronavírus virem gastos fixos. “Manteremos firme o compromisso com a regra de despesas como âncora de sustentabilidade e credibilidade econômica. Não vamos deixar que medidas temporárias, relacionadas com a crise, se tornem compromissos permanentes de despesas. Nosso objetivo é passar da recuperação baseada no apoio ao consumo para o crescimento sustentado pelo dinamismo do setor privado.” A fala do presidente ocorre em meio à pressão para a volta do auxílio emergencial na medida que o número de infecções cresce e regras de isolamento social se tornam mais rígidas. Fontes do governo afirmaram que o benefício lançado em 2020 já foi descartado e que o governo prepara a reformulação e ampliação do Bolsa Família.

Bolsonaro defendeu a agenda de reformas proposta pelo Ministério da Economia, com ênfase nas mudanças fiscal, tributária e administrativa, e ressaltou que a equipe econômica prepara uma série de privatizações para os próximos meses. “Em 2021, vamos acelerar o calendário de privatizações e dar continuidade nas medidas de aperfeiçoamento do ambiente de negócios. Queremos regulamentos mais simples e menos onerosos para destravar o imenso potencial do Brasil e facilitar o trabalho da iniciativa privada.” O fracasso na venda de empresas públicas é citado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como uma das maiores frustrações à frente da pasta. Em diversos momentos no ano passado, o chefe da equipe econômica apontou o conchavo entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e partidos de esquerda para barrar a agenda de desestatização.

O presidente participou da abertura de um evento promovido pelo banco Credit Suisse e falou para investidores brasileiros e internacionais. Ao lado de Guedes e do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, Bolsonaro afirmou que o principal objetivo da agenda internacional para este ano é a integração do país à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), popularmente chamada de “clube dos países ricos.” O Brasil tinha expectativa de ingressar no ano passado após sinalização do ex-presidente do Estados Unidos, Donald Trump. A indicação, porém acabou sendo frustrada com a preferência do então mandatário pela ascensão da Argentina e Romênia. Bolsonaro também defendeu o Programa de Parceria de Investimentos (PPI) e afirmou que o país está incorporando “as melhores práticas internacionais.” “Seguiremos defendendo a ampla concorrência, o livre-comércio, a modernização do Estado, os valores democráticos e o combate implacável à corrupção. Já estamos vendo reflexo muito positivos, e contamos com o apoio da iniciativa privada para consolidar um novo ciclo de desenvolvimento e prosperidade para o país”, afirmou.  No fim da sua fala, Bolsonaro citou rapidamente os esforços do governo para aquisição de vacinas e condicionou a imunização da população ao crescimento econômico. O discurso é semelhante ao adotado por Guedes, que afirmou nesta segunda-feira, 25, que a vacinação é fundamental para estimular a economia brasileira. “Já somos o 6º país que mais vacinou no mundo. Brevemente estaremos nos primeiros lugares para dar mais conforto à população, segurança a todos e que de modo que a nossa economia não deixe de funcionar.”

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