Guedes responde Maia e diz que não se disfarça desentendimento passando culpa para outros

Ministro rebate ironia e volta a acusar presidente da Câmara de barrar agenda de privatizações

  • Por Jovem Pan
  • 11/12/2020 18h52 - Atualizado em 11/12/2020 23h05
ESTADÃO CONTEÚDO Guedes criticou fala de Maia sobre letargia no ministério da Economia

O ministro da Economia, Paulo Guedes, respondeu nesta sexta-feira, 11, críticas feitas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que a equipe econômica não cumpre suas promessas. “É muito fácil disfarçar desentendimentos políticos passando a conta para quem já fez a sua parte. A nossa parte ta aí. Entregamos isso. [Reforma] administrativa já ta na Câmara, basta aprovar. A PEC do Pacto Federativo já entrou no Congresso, basta aprovar. Então não cobrem da Economia”, disse o ministro à deputados e senadores membros da comissão mista para debater ações de combate à Covid-19. Na quarta-feira, 9, o presidente da Câmara ironizou a equipe econômica ao afirmar que faria um bolo para comemorar um ano da promessa do governo de votar a PEC Emergencial no Senado. “Eu inverto. A PEC Federativa está há um ano no Congresso. Por que ele não aprovou ainda? O bolo de aniversário tem que ser entregue na casa dele, porque faz um ano que está no Congresso, em três versões”, rebateu Guedes. 

O relator da PEC Emergencial, senador Marcio Bittar (MDB-AC) afirmou nesta sexta que o texto será apresentado ao Congresso somente em 2021. Em nota divulgada pela assessoria, o parlamentar afirma que o recuo se deu pela “complexidade das medidas” e a “atual conjuntura do país.” Em conversa com deputados e senadores, Guedes voltou a acusar Maia de fazer aliança com partidos da esquerda para barrar a agenda de privatização do governo. “Ele tem um acordo com a esquerda de impedir as privatizações. Só descobri agora, depois de dois anos e perder também meu secretário de privatizações. Como vou privatizar se não entra na pauta? Quem controla  pauta é uma aliança de centro-esquerda, e quem ganhou as eleições em 2018 e 2020 foi uma aliança de centro-direita. Há uma disfuncionalidade, mas não sou quem tem que falar sobre isso. Só não posso ficar aceitando”, afirmou. O secretários Especial de Desestatização e Desinvestimento, Salim Mattar, pediu demissão em agosto após uma série de desgastes e falta de avanços na venda de estatais, um dos principais pilares divulgados pelo governo federal para o crescimento econômico. 

Guedes também desviou de acusações da falta de agilidade do governo federal em articular a aprovação da reforma tributária. “A pedido da Câmara e do Senado, combinamos que não íamos mandar nossa PEC, para não aumentar a confusão. Tem uma PEC na Câmara e uma no Senado, nós íamos contribuir. Ora, estamos abastecendo há meses, tem uma pessoa que trabalha comigo que foi indicada pelo Rodrigo Maia. Então assuma isso publicamente. Diz, ‘olha, o ministro da Economia tem nos ajudado’, ao invés de dizer que ‘não manda’. Não quero ser pretexto para uma disputa política, eu não me meto na política.”

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.