Dólar cai 1,2% com otimismo global; Ibovespa retoma os 118 mil pontos
Investidores seguem repercutindo reafirmação do BC dos EUA em manter juros baixos até a retomada da economia
O mercado financeiro brasileiro fechou esta quinta-feira, 8, no campo positivo com o otimismo global após o Banco Central dos Estados Unidos (Fed, em inglês) reafirmar na véspera a política de juros baixos. No cenário doméstico, investidores ainda repercutem o risco de nova interferência na Petrobras depois de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticar a alta de 39% do gás natural e ainda analisam o jantar entre a comitiva presidencial e empresários de diversos setores na noite desta quarta-feira, 7. O dólar fechou com queda de 1,23%, a R$ 5,574, após bater máxima de R$ 5,617 e mínima de R$ 5,540. O câmbio encerrou na véspera com alta de 0,78%, a R$ 5,643. O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, retomou aos 118.313 pontos ao fechar com avanço de 0,59%. O pregão desta quarta-feira fechou com avanço de 0,11%, aos 117.632 pontos. É o melhor desempenho para a B3 desde 19 de fevereiro, quando encerrou aos 118.430 pontos.
Mercados de todo o mundo seguiram repercutindo o recado da autoridade monetária norte-americana de reafirmar o compromisso de manter a taxa de juros baixo até que a política reflita na geração de empregos e na inflação. A decisão, já esperada pela maior parte dos analistas, indica que o Fed manterá a injeção de dólares para aquecer a maior economia do mundo após o choque do novo coronavírus. Ainda nos EUA, democratas e republicanos seguem os debates para a aprovação de um pacote na ordem de US$ 2,2 trilhões para investimentos em infraestrutura pelos próximos oito anos.
Na pauta doméstica, o mercado ainda analisou os desdobramentos do encontro entre empresários de diversos setores da economia com Bolsonaro e a comitiva compostas pelos ministros Paulo Guedes (Economia), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), Marcelo Queiroga (Saúde) e Fábio Faria (Comunicação), mais o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional). O presidente reafirmou o compromisso com o teto de gastos e voltou a criticar medidas de isolamento social impostas por Estados e municípios. Também na quarta-feira, Bolsonaro levou novo temor de intervenção na Petrobras ao criticar o reajuste de 39% no gás natural na última segunda-feira, 5. O presidente classificou a alta como “inadmissível”, mas afirmou que não irá intervir na política de preços.
Ainda no cenário interno, o mercado seguiu acompanhando as tensões de disparada do risco fiscal após a aprovação do Orçamento de 2021 pelo Congresso no fim de março. A exclusão de verbas para despesas obrigatórias e o aumento de recursos destinados para emendas parlamentares abriu nova frente de atrito entre a equipe econômica e os parlamentares. Em conversa com investidores nesta manhã, Guedes buscou minimizar o imbróglio ao afirmar que os entraves são “temporários” e que não há “briga” entre o Executivo e o Legislativo.
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