Dólar cai a R$ 5,25 com dados da China e euforia por vacinas; Ibovespa ultrapassa 111 mil pontos
Avanço da atividade industrial chinesa e expectativa com campanhas de imunização contra a Covid-19 ainda neste ano impulsionam mercados ao redor do globo
O dólar cai com força nesta terça-feira, 1, com os mercados repercutindo o avanço das atividades industriais na China e a esperança de vacinas contra o novo coronavírus. Às 12h18, a moeda norte-americana despencava 1,66%, cotada a R$ 5,257. A divisa chegou a bater mínima de R$ 5,254, enquanto na máxima não superou os R$ 5,325. O bom humor dos investidores também impulsiona a Bolsa de Valores brasileira no primeiro pregão de dezembro. O Ibovespa, o principal índice da B3, registrava avanço de 1,98%, aos 111.047 pontos. Apesar de encerrar em queda na véspera, o Ibovespa teve o melhor fechou novembro com alta de 16%, o melhor desempenho para o mês desde 1999. Na série geral, foi o melhor mês desde maio de 2016. O dólar também encerrou o mês passado na maior queda ante o real desde 2018, colocando fim na sequência de três meses seguidos de valorização.
O bom humor dos investidores é impulsionado pela divulgação do avanço da indústria chinesa ao melhor índice em 10 anos. Também favorece a expectativa de campanhas de imunização contra a Covid-19 nos Estados Unidos e na Europa ainda neste ano. Nesta segunda, as farmacêuticas Pfizer e Moderna entraram com pedidos de autorização para o uso emergencial de suas vacinas contra a Covid-19 na Europa. A solicitação foi feita à Agência Europeia de Medicamentos (AEM), que deve avaliar os imunizantes até 29 de dezembro e 12 de janeiro, respectivamente. Em comunicado, a entidade afirmou que a aprovação depende dos dados apresentados, que devem ser “suficientemente sólidos e completos para mostrar a qualidade, segurança e a eficácia da vacina. Na semana passada, a Pfizer já havia protocolado pedido semelhante junto autoridades nos EUA. Já a Rússia divulgou nesta segunda, 31, que iniciou a vacinação da sua população com o imunizante Sputnik V.
Apesar da euforia com o cenário internacional, investidores acompanham com cautela a capacidade de o governo federal evitar a disparada ainda mais expressiva das contas públicas em meio ao aumento de casos da Covid-19 em diversas regiões do país. O ministro da Economia, Paulo Guedes, buscou tranquilizar os investidores na última semana ao afirmar em diversas oportunidades que o Brasil não passa por uma segunda onda de infecções e que o auxílio emergencial será encerrado em 31 de dezembro deste ano, sem perspectivas de outra renovação. Na mesma linha, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou neste domingo, 29, que o país não tem mais fôlego para bancar o programa. O benefício deverá custar R$ 322 bilhões ao cofres públicos até o fim do ano. Na conta também estão a falta de perspectivas para a aprovação de uma série de textos estruturantes encaminhadas pelo Ministério da Economia ao Congresso, com destaque para as PECs Emergencial e do Pacto Federativo, que, entre outros pontos, criam uma série de gatilhos para a manutenção do teto de gastos. Os investidores também observam o andamento para a formulação do Orçamento para 2021 e as chances de aprovação das etapas complementares das reformas tributária e administrativa.
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