Dólar cai ao menor valor desde setembro à espera da inflação nos EUA; Bolsa recua

Na cena doméstica, investidores acompanham tratativas entre o governo federal e o Congresso para a aprovação da PEC dos combustíveis

  • Por Jovem Pan
  • 07/02/2022 18h21
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Gary Cameron/Reuters Cédula de dólar Dólar abriu sexta-feira em queda, mas inverteu o sinal após inflação acima do esperado

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam em queda nesta segunda-feira, 7, com investidores em todo o mundo à espera dos dados da inflação de janeiro nos Estados Unidos. Na cena local, as atenções se voltaram para as negociações da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para frear o aumento dos combustíveis. O dólar encerrou com queda de 1,26%, cotado a R$ 5,255, o menor patamar desde 15 de setembro. O câmbio chegou a bater a mínima de R$ 5,251, enquanto a máxima não passou de R$ 5,323. Seguindo o clima negativo nos mercados internacionais, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, fechou com leve recuo de 0,22%, aos 111.996 pontos. O pregão encerrou a sexta-feira, 4, com alta de 0,5%, aos 112.244 pontos.

Os dados do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos de janeiro serão divulgados pelo Departamento do Trabalho nesta quinta-feira, 10. Em 2021, o indicador da inflação fechou com alta de 7%, o maior registro em quase 40 anos. A expectativa do mercado é por uma nova aceleração no acumulado em 12 meses, o que deve influenciar na definição de alta dos juros pelo Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano. Na reunião de janeiro, a autoridade monetária indicou a elevação da taxa, atualmente entre 0% e 0,25%, ao longo dos encontros nos próximos meses. O aumento dos juros nos EUA mexe as Bolsas globalmente pela migração de recursos dos mercados para o Tesouro norte-americano, considerado uma das opções de investimento mais seguras.

Na pauta doméstica, investidores acompanharam as tratativas para a aprovação da PEC dos combustíveis no Congresso. Após uma série de acordos com o governo federal, o deputado Christino Áureo (Progressistas-RJ) apresentou na quinta-feira, 3, uma PEC que permite zerar os impostos sobre combustíveis e gás em 2022 e 2023, sem compensação fiscal. A medida valeria tanto para a União quanto para Estados e municípios. A decisão é apoiada pelo governo federal, apesar das críticas da equipe econômica. Em um sinal de descontentamento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ser favorável às medidas que reduzam o preço do diesel, mas que não concorda com a extensão do benefício para a gasolina. O preço dos combustíveis se tornou um dos focos de atenção do governo federal, do Congresso e dos governos estaduais pela forte alta em 2021, que também impactou no aumento da inflação. Atualmente, a Petrobras pratica a paridade de importação (PPI), que leva em conta o preço do barril de petróleo no exterior e as flutuações do dólar, dois pontos que tiveram forte aumento no ano passado.

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