Dólar cai e renova mínima de julho com otimismo internacional; Ibovespa mantém os 111 mil pontos
Moeda norte-americana fecha com recuo de 2,21%, aos R$ 5,22; dados positivos da indústria na China e esperança com vacinas impulsionam mercados em todo o mundo
O dólar fechou em forte queda nesta terça-feira, 1, com o otimismo dos mercados internacionais após o anúncio de recuperação da atividade industrial da China e esperança de vacinas contra o novo coronavírus. A moeda norte-americana estreou dezembro com recuo de 2,21%, cotada a R$ 5,227. Este é o menor valor para a divisa dos Estados Unidos desde 31 de julho, quando fechou o dia a R$ 5,217. O dólar chegou a tocar a mínima de R$ 5,217, enquanto a máxima não passou de R$ 5,325. Na segunda, 31, o dólar fechou com alta de 0,38%, mas encerrou novembro com desvalorização de 6,83% ante o real, dando fim na série de três meses de alta. A abertura dos investidores ao risco também valorizou a Bolsa de Valores brasileira. O Ibovespa, principal índice da B3, fechou o primeiro pregão de dezembro com avanço de 2,30%, aos 111.399 pontos. Na véspera, o índice fechou com recuo de 1,52%, aos 108.893 pontos, mas registrou alta de 16% em novembro, o melhor número para o mês em 21 anos.
O bom humor dos investidores foi impulsionado pela divulgação do avanço da indústria chinesa ao melhor índice em dez anos. Também favoreceu a expectativa de campanhas de imunização contra a Covid-19 nos Estados Unidos e na Europa ainda neste ano. As farmacêuticas Pfizer e Moderna entraram com pedidos de autorização para o uso emergencial de suas vacinas contra a Covid-19 na Europa. A solicitação foi feita à Agência Europeia de Medicamentos (AEM), que deve avaliar os imunizantes até 29 de dezembro e 12 de janeiro, respectivamente. Em comunicado, a entidade afirmou que a aprovação depende dos dados apresentados, que devem ser “suficientemente sólidos e completos para mostrar a qualidade, segurança e a eficácia da vacina”. Na semana passada, a Pfizer já havia protocolado pedido semelhante junto autoridades nos EUA. Já a Rússia divulgou que iniciou a vacinação da sua população com o imunizante Sputnik V.
Apesar da euforia com o cenário internacional, investidores acompanharam com cautela a capacidade de o governo federal controlar a disparada de gastos públicos em meio ao aumento de casos da Covid-19. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) buscou trazer calma ao mercado ao afirmar que perpetuar alguns benefícios seria o caminho para o “insucesso”, se referindo a uma nova extensão do auxílio emergencial. Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reiterou que o benefício será encerrado em 31 de dezembro. O auxílio deverá custar R$ 322 bilhões ao cofres públicos até o fim do ano. Também nesta segunda, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), informou que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) será pautada em 16 de dezembro. Para ela ser votada, porém, é preciso analisar antes os 22 vetos presidenciais que trancam a pauta. A LDO estabelece metas e prioridades para o exercício financeiro do ano seguinte, além de definir também a meta fiscal. O texto precisa ser sancionado ainda em 2020 ou governo será impedido de executar qualquer gasto em 2021.
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