Dólar cai para R$ 5,40 com alívio fiscal doméstico; Bolsa sobe

Após repercussões negativas, presidente Jair Bolsonaro (PL) suspendeu reajuste salarial para servidores da segurança pública

  • Por Jovem Pan
  • 20/01/2022 13h02
Vladimir Solomyani/Unsplash Cédulas de dólar amontoadas Dólar mantém trajetória de alta pelo terceiro dia seguido

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo positivo nesta quinta-feira, 20, pelo segundo dia consecutivo com a queda do risco fiscal doméstico após o presidente Jair Bolsonaro (PL) indicar que vai suspender o reajuste salarial para servidores da segurança pública. No cenário internacional, os mercados acompanham o alívio nos juros norte-americanos com sinalizações que a alta da taxa tende a ser menos intensa. Por volta das 12h50, o dólar operava com queda de 1,1%, a R$ 5,407. O câmbio chegou a tocar a máxima de R$ 5,461, enquanto a mínima foi a R$ 5,401. A divisa norte-americana encerrou a véspera com queda de 1,7%, a R$ 5,465. Seguindo o bom humor internacional, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, operava com alta de 1,32%, aos 109.438 pontos. A referência da B3 encerrou esta quarta-feira, 19, com alta de 1,26%, aos 108.013 pontos.

Em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da TV Jovem Pan News, Bolsonaro confirmou que não deve promover aumento salarial generalizado para o funcionalismo público em 2022. A medida também pode alcançar os servidores da segurança pública, categoria que o presidente havia indicado reajuste neste ano. “Está reservada uma parcela em torno de R$ 1,8 bilhão para reajuste de servidores. Há uma grita de maneira geral porque a intenção inicial foi, sim, não vou negar, reservar algum reajuste para policiais federais, rodoviários federais e o pessoal do Depen. Isso está suspenso, estamos aguardando o desenlace das ações”, afirmou. O recuo reduz o risco de expansão dos gastos públicos e afasta a possibilidade de rompimento do teto de gastos pelo governo em ano eleitoral.

Investidores em todo o mundo também acompanham a trajetória de alta do barril do petróleo ao maior patamar em sete anos. A nova escalada é puxada pela tensão geopolítica envolvendo a Rússia, o segundo maior produtor mundial de petróleo e o principal fornecedor de gás, e a alta da demanda em meio aos impactos abaixo do esperado da variante Ômicron na economia global. O barril Brent, usado como referência para a Petrobras, já acumula alta de 11% desde o início do ano e estava cotado próximo de US$ 88,80. No cenário doméstico, a valorização é vista com cautela diante dos possíveis aumentos que a estatal deve anunciar para acompanhar a paridade internacional e os impactos na inflação.

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