Dólar fecha a R$ 5,20 com tensão política e cenário externo; Bolsa cai

Câmbio avança 2,4%, o maior salto diário desde setembro de 2020; Ibovespa retorna aos 125 mil pontos

  • Por Jovem Pan
  • 06/07/2021 17h38
Mohamed Abd El Ghany/Reuters Homem mexe em calculadora; ao seu lado há uma pilha de dólares Dólar mantém trajetória de queda e caminha para o sétimo dia seguido de desvalorização ante o real

A deterioração do risco político em Brasília e a expectativa com a divulgação dos rumos monetários nos Estados Unidos levaram os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro para o campo negativo nesta terça-feira, 6. O dólar disparou 2,39% — o maior salto diário desde 18 de setembro de 2020, quando registrou avanço de 2,79% — e fechou a R$ 5,209, na maior cotação desde o fim de maio. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,213, enquanto a mínima não passou de R$ 5,077. A divisa encerrou a véspera com alta de 0,68%, cotada a R$ 5,088. Seguindo o mau humor internacional, o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira,  fechou com queda de 1,44%, aos 125.094 pontos. O pregão desta segunda-feira, 5, encerrou com recuo de 0,55%, aos 126.920 pontos.

O Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA, divulga nesta quarta-feira, 7, a ata do encontro realizado no mês passado para discutir a condução da política monetária norte-americana. Investidores temem que os recentes resultados indicando a recuperação da economia, como a geração de empregos em junho acima do esperado, e os dois avanços seguidos da inflação nos últimos meses, levem ao corte de estímulos. Atualmente, o Fed mantém a compra de US$ 120 bilhões por mês de títulos públicos e segura a taxa de juros em valores mínimos para dar tração ao processo de retomada da economia após o choque da crise sanitária. Mercados também analisaram a forte alta do barril do petróleo em meio aos entraves entre a Arábia Saudita e os Emirados Árabes nas negociações da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para a flexibilização da produção mundial.

No cenário doméstico, todas as atenções se voltaram para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 e os possíveis reflexos das investigações no governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Senadores ouviram a servidora Regina Célia Silva Oliveira, fiscal de contratos do Ministério da Saúde, responsável por autorizar a compra da vacina Covaxin mesmo diante de denúncias de supostas irregularidades. Ela foi citada na sessão do dia 25 de junho pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e por Luis Ricardo Miranda, chefe de importação do Departamento de Logística da pasta, que afirmou, em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), ter sofrido “pressão anormal” para liberar a aquisição do imunizante indiano.

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