Dólar fecha a R$ 5,52 com piora da pandemia e Copom; Bolsa cai 1,5%

Câmbio fica praticamente estável e tem leve queda de 0,04% com restrições na Alemanha e aumento de mortes no Brasil; em ata, colegiado do BC diz que retração econômica deve ser mais branda

  • Por Jovem Pan
  • 23/03/2021 17h28 - Atualizado em 23/03/2021 18h53
Cris Faga/Estadão Conteúdo Dólar fechou praticamente estável com piora da pandemia e ata do Banco Central Dólar fechou praticamente estável com piora da pandemia e ata do Banco Central

A piora da pandemia do novo coronavírus no Brasil e Europa e a ata do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) para explicar o aumento da Selic para 2,75% pressionaram o humor do mercado financeiro brasileiro nesta terça-feira, 23. O dólar fechou praticamente estável com leve queda de 0,04%, cotado a R$ 5,516 após atingir máxima de R$ 5,550 e mínima de R$ 5,466. O câmbio encerrou a véspera com alta de 0,59%, a R$ 5,518. Acompanhando o recuo nas principais Bolsas internacionais, o Ibovespa, referência da B3, fechou o dia com queda de 1,49%, aos 113.261 pontos. O pregão desta segunda-feira, 22, fechou com retração de 1,07%, aos 114.978 pontos.

O recrudescimento da pandemia da Covid-19 no Brasil e em países europeus pressionou os investidores com a perspectiva de mais tempo para a retomada plena das atividades econômicas. A Alemanha, maior economia da zona do euro, anunciou restrições mais severas durante o feriado da Páscoa para tentar barrar a disseminação de uma nova variante do vírus no país. Já no Brasil, o Estado de São Paulo divulgou nesta manhã 1.021 óbitos contabilizados nas últimas 24 horas, o maior número desde o início da pandemia, em fevereiro do ano passado. Segundo a gestão estadual, os novos falecimentos não se referem apenas a mortes que aconteceram nas últimas 24 horas, incluindo dados acumulados do final de semana, que teve média diária de 94 óbitos entre domingo e segunda. O recorde anterior era de 16 de março, com 679 vítimas em um dia.

Investidores também repercutiram a ata do Copom para explicar a elevação da taxa básica de juros da economia brasileira de 2% para 2,75% ao ano. Segundo o colegiado, a queda de 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, menos da metade do recuo previsto no momento mais agudo da pandemia, indica que “o cenário atual já não prescreve um grau de estímulo extraordinário” com juros baixos e “que um ajuste inicial de 0,75 ponto percentual na taxa Selic seria o mais adequado.” O Copom também indicou que deve repetir a dose na próxima reunião, marcada para 4 e 5 de maio, jogando os juros para 3,5% ao ano.

A autoridade monetária também afirmou que a possível piora da economia neste ano seria “bem menos profunda” do que a registrada em 2020. “Para o Comitê, o segundo semestre do ano pode mostrar uma retomada robusta da atividade, na medida em que os efeitos da vacinação sejam sentidos de forma mais abrangente.” Apesar do tom otimista, a autoridade monetária nacional chama a atenção para o agravamento da pandemia nas últimas semanas, e que os efeitos desta piora ainda não foram refletidos nos indicadores financeiros. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira que a economia deve começar a sentir a “pancada” da segunda onda da Covid-19 a partir deste mês.

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