Dólar fecha em alta com aversão ao risco e piora da pandemia; Bolsa cai

Câmbio vai a R$5,51 com tombo da lira turca e recrudescimento do novo coronavírus em diversos Estados; Ibovespa recua para 114 mil pontos

  • Por Jovem Pan
  • 22/03/2021 17h36
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ROBERTO GARDINALLI/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Cédulas e moedas de dólar sobre uma bandeira dos Estados Unidos Dólar registra alta com retomada do clima de tensão no leste da Europa

O mercado financeiro brasileiro operou nesta segunda-feira,22, sobre forte pressão da aversão dos investidores ao risco após o tombo da lira turca com a troca do presidente do Banco Central local e pela piora da pandemia da Covid-19 em diversos Estados. O dólar fechou com alta de 0,59%, cotado a R$ 5,518 após bater máxima de R$ 5,548 e mínima de R$ 5,496. O câmbio encerrou a semana passada com queda de 1,51%, a R$ 5,485. O clima fez o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, encerrar o dia com recuo de 1,07%, aos 114.978 pontos. O pregão de sexta-feira, 19, fechou com alta de 1,21%, aos 116.221 pontos. “Nesse cenário, a reação dos investidores é de aversão à tomada de risco pela incerteza sobre a recuperação econômica. Na Turquia, a substituição inesperada do presidente do banco central do país, um nome que vinha agradando o mercado, criou um clima de desconfiança entre emergentes em geral, incluindo o Brasil”, afirma Paula Zogbi, analista da Rico Investimentos.

A moeda dos países emergentes começaram a semana em queda com o tombo da lira turca no fim de semana após a substituição do presidente do Banco Central do país a mando do presidente Recep Tayyip Erdogan. Segundo a mídia internacional, a demissão inesperada de Naci Agba foi resultado do aumento dos juros para 19% em meio ao crescimento da inflação no país. O dinheiro da Turquia chegou a registrar queda próxima de 20%, tragando também os pares brasileiro, sul-americano, mexicano, entre outros.

No cenário doméstico, o mercado acompanhou com apreensão o recrudescimento da pandemia do novo coronavírus no país com o aumento de internações e mortes. O Brasil registrou 1.290 novas mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas encerradas neste domingo, 22, enquanto 47.774 novos casos foram contabilizados, segundo dados do Ministério da Saúde. No momento, o país possui 294.042 óbitos registrados desde o início da pandemia. A apreensão é que o crescente número de vítimas leve ao aumento das restrições de funcionamento de comércio, empresas e indústrias, elevando a dificuldade para a retomada econômica. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira que a economia sentirá a partir de março os impactos da piora da pandemia do novo coronavírus. A declaração foi dada ao comentar o aumento de 4,3% na arrecadação da Receita Federal em fevereiro e a alta de 0,8% no primeiro bimestre deste ano, os melhores resultados para os períodos em 21 anos. Aproximadamente 500 economistas e banqueiros brasileiros, entre eles ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central, além de nomes à frente das principais instituições financeiras do país, publicaram uma carta aberta ao governo federal cobrando por mais efetividade na vacinação em massa e adoção de medidas de distanciamento social.

 

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