Dólar oscila acima de R$ 5 com ruído político e emprego nos EUA; Bolsa sobe

Câmbio inverte trajetória de queda após PGR pedir investigação contra Jair Bolsonaro; Ibovespa volta aos 127 mil pontos

  • Por Jovem Pan
  • 02/07/2021 12h11 - Atualizado em 02/07/2021 17h52
Agência Brasil Imagem desfocada de duas notas de US$ 100 Dólar recua em meio ao alívio dos investidores com o risco de crise gerada pela empreiteira chinesa Evergrande

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam nesta sexta-feira, 2, pressionados entre o ruído político doméstico e o bom humor internacional com a geração de empregos nos Estados Unidos. Por volta do meio-dia, o dólar operava com avanço de 0,26%, a R$ 5,059. O câmbio chegou a registrar recuo de mais de 1%, mas inverteu o sinal no fim da manhã após a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedir investigação contra Jair Bolsonaro (sem partido) por crime de prevaricação. A moeda norte-americana alcançou a máxima de R$ 5,074, enquanto a mínima não passou de R$ 4,988. O câmbio encerrou a véspera com alta de 1,45%, cotado a R$ 5,045. Seguindo o otimismo internacional, o Ibovespa, referência da B3, registrava avanço de 1%, aos 127.036 pontos. O pregão fechou nesta quinta-feira, 1º, com queda de 0,9%, aos 125.666 pontos.

O clima político doméstico se deteriorou nesta manhã após a PGR pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito contra Bolsonaro pelo crime de prevaricação na compra da vacina Covaxin. A manifestação ocorre horas depois de a ministra Rosa Weber negar o pedido da PGR para que a investigação só fosse instaurada após o término da CPI da Covid-19, que apura as ações e omissões do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. “A questão política tem incomodado os humores dos investidores, salgando um pouco mais o apetite do mercado que já vem bastante destemperado por causa da proposta da reforma tributária”, afirma Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos.

No cenário internacional, o Departamento do Trabalho dos EUA anunciou nesta sexta-feira a criação de 850 mil empregos urbanos em junho, acima das expectativas de 706 mil postos de trabalho. Apesar do resultado positivo, a taxa de desemprego cresceu para 5,9%, ante a elevação a 5,6% projetada pelos analistas. Mercados em todo o mundo analisam os resultados e os possíveis impactos na política monetária norte-americana. O principal temor é que a sinalização de uma retomada mais robusta faça o Federal Reserver (Fed), o Banco Central norte-americano, revisar a estratégia de estímulos com a compra de títulos públicos e manutenção dos juros em patamares mínimos.

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