Dólar oscila com incertezas política e fiscal; Ibovespa segura os 121 mil pontos

Investidores analisam desdobramentos em Brasília com a instalação da CPI da Covid-19 enquanto aguardam definição para o Orçamento de 2021

  • Por Jovem Pan
  • 19/04/2021 12h56
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ROBERTO GARDINALLI/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Cédulas e moedas de dólar sobre uma bandeira dos Estados Unidos Dólar registra alta com retomada do clima de tensão no leste da Europa

O mercado financeiro brasileiro opera nesta segunda-feira, 19, de olho nos desdobramentos políticos e fiscais com a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 e a sanção do Orçamento de 2021 pelo presidente Jair Bolsonaro. No cenário externo, os mercados registram queda após a sequência de avanços na semana passada com a expectativa de retomada das atividades econômicas e a divulgação de balanços corporativos. Por volta das 12h50, o dólar registrava queda de 0,47%, cotado a R$ 5,559 após oscilar entre a máxima de R$ 5,622 e mínima de R$ 5,542. A moeda norte-americana fechou a semana passada com queda acumulada de 1,56%, a R$ 5,585. O cenário faz o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, avançar 0,50%, aos 121.724 pontos. O pregão de sexta-feira, 16, encerrou com alta de 0,34%, aos 121.113 pontos.

O mercado segue acompanhando a movimentação em Brasília e os reflexos políticos com a instalação da CPI que vai investigar as ações do governo federal no combate à pandemia, além do repasse de verbas da União para Estados e municípios. Também no noticiário doméstico, Bolsonaro tem até esta quinta-feira, 22, para sacionar ou vetar o Orçamento de 2021 aprovado pelo Legislativo no fim de março. A peça é alvo de disputa entre membros da equipe econômica e congressistas após o aumento de R$ 26,5 bilhões em emendas parlamentares com a retirada de verbas obrigatórias do governo. A equipe de Paulo Guedes também busca soluções para o financiamento do programa de manutenção de empregos e linhas de crédito sem ultrapassar o teto de gastos. A minuta de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que circulou na semana passada indicava a liberação de R$ 35 bilhões, abrangendo também outras ações para minimizar os impactos da Covid-19. O texto, no entanto, não foi confirmado pelo Ministério da Economia.

Investidores também analisam a alta de 1,7% da prévia do Produto Interno Bruto (PIB) em fevereiro, segundo dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgados nesta segunda-feira. O valor veio acima do esperado pelo mercado e indica a recuperação da economia no primeiro bimestre, mesmo com a piora da pandemia do novo coronavírus. Apesar da alta, analistas enxergam a piora do índice em março com os impactos da reedição de restrições para o comércio e serviços. Dados do Boletim Focus também divulgados pelo BC nesta manhã mostram que o mercado está mais pessimista com a recuperação da economia, ao mesmo tempo que prevê alta da inflação e do dólar em 2021. Os números revelam queda na projeção do PIB para alta de 3,04%, ante expectativa de 3,08% na semana passada. Já a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 4,85% para 4,92%, enquanto a nova expectativa para o dólar aponta para R$ 5,40 até o fim do ano. Há uma semana a previsão era de R$ 5,37.

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