Mercado prevê PIB menor e revisa alta da inflação para 4,9% em 2021
Economistas e entidades consultadas pelo Banco Central também renovam expectativa do dólar para avanço de R$ 5,40
O mercado financeiro revisou para cima as expectativas para a inflação e dólar em 2021, ao mesmo tempo que rebaixou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com números revelados pelo Boletim Focus nesta segunda-feira, 19. Economistas e entidades consultadas pelo Banco Central estimam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação brasileira, feche o ano com alta de 4,92%. Há uma semana, a previsão era para avanço de 4,85%, enquanto há um mês batia em 4,71%. A inflação foi a 6,1% nos 12 meses acumulados em março, quando avançou 0,93%, a maior alta para o mês em seis anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da nova previsão de avanço do IPCA, as fontes do BC conservaram a expectativa com a Selic, a principal ferramente para controle da inflação, em 5,25% ao ano, o mesmo valor da semana passada. Há um mês, a previsão para a taxa básica de juros era de 5% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) alterou a Selic de 2% para 2,75% na última reunião do colegiado e indicou que deve repetir a dose no encontro marcado para 4 e 5 de maio, jogando o taxa para 3,5%.
Dados do Boletim Focus também mostram maior cautela do mercado para o crescimento da atividade econômica neste ano. Entidades e economistas ouvidos pelo BC revisaram a expectativa do PIB para alta de 3,04%, o sétimo corte seguido na previsão. Na semana passada o documento apontava alta de 3,08%, enquanto há um mês a previsão era de avanço na casa de 3,22%. O mercado também subiu a expectativa com o dólar para R$ 5,40 até o fim deste ano, na quarta semana consecutiva de piora na previsão do câmbio. Na edição passada, o Boletim Focus apontava a moeda americana em R$ 5,37, enquanto há um mês a expectativa era de R$ 5,30. O dólar opera em leve alta nesta segunda-feira, cotado a R$ 5,591. A moeda fechou a semana passada com queda acumulada de 1,56%, a R$ 5,585.
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