Dólar oscila com transição de poder na Casa Branca e Copom no radar
Discurso de futura secretária do Tesouro sobre agenda econômica e expectativa de manutenção da taxa básica de juros a 2% ao ano deixam mercados sem direção definida
O dólar oscila nesta terça-feira, 19, com investidores à espera do discurso de Janet Yellen, a futura secretária de Tesouro dos Estados Unidos, e a expectativa com o início da reunião do Comitê de Polícias Monetárias do Banco Central (Copom), que deve manter a Selic a 2% ao ano. Às 11h45, a moeda norte-americana subia 0,01%, a R$ 5,305. A divisa alcançou máxima de R$ 5,313, enquanto a mínima não passou de R$ 5,244. Na véspera, o dólar fechou a R$ 5,304, com leve avanço de 0,01%. Apesar da expectativa global e com os mercados em alta, a Bolsa de Valores brasileira também opera sem direção definida. O Ibovespa, principal índice da B3, recuava 0,90%, aos 120.145 pontos. Na segunda, o pregão encerrou com alta de 0,74%, aos 121.241 pontos.
A secretária do Tesouro indicada pelo presidente eleito, Joe Biden, e ex-presidente do Banco Central dos EUA (Fed, na sigla em inglês), apresentará ao Senado a estratégia para a recuperação da maior economia do mundo em meio ao atoleiro causado pela pandemia do novo coronavírus. Segundo agências internacionais, Yellen deve enfatizar planos para o aumento de estímulos econômicos e defender o pacote de ajuda na casa de US$ 1,9 trilhão contra os efeitos da Covid-19. Ainda no cenário internacional, mercados aguardam pela divulgação de balanços de bancos e ainda repercutem os desafios para a recuperação mais célere da economia global após o endurecimento de medidas de isolamento social em diferentes partes do mundo.
No cenário doméstico, investidores analisam a falta de organização no início da vacinação no Brasil. Apesar de o governo federal ter anunciado que a imunização iria iniciar em todo o país nesta segunda, 20, diversos estados tiveram que atrasar o cronograma porque as doses não chegaram a tempo. Segundo o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a falta de entrega é justificada por mudanças na logística. Também consta no radar o início da reunião do Copom e os debates sobre a taxa de juros básica da economia brasileira. A expectativa do mercado é a manutenção da Selic em 2% ao ano, o patamar mais baixo da história. Apesar do consenso sobre o congelamento da taxa por mais um período, investidores aguardam pelo recado que o Banco Central fará nesta quarta, 20, sobre o possível fim do foward guidance — a estratégia de não subir os juros —, já no próximo encontro, agendado para 16 e 17 de março.
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