Dólar perde força e Ibovespa sobe com cenário global e inflação

Mercados acompanham movimentações para mudança de poder nos EUA e analisam dados do IPCA divulgados nesta manhã

  • Por Jovem Pan
  • 12/01/2021 12h02
Arquivo/Agência Brasil Cédulas de dólar desfocadas Dólar sobe e interrompe sequência de seis semanas seguidas de queda

Seguindo a tendência nos mercados globais, o dólar opera em queda nesta terça-feira, 12, após a sequência de altas que fez a moeda-norte americana ultrapassar a casa dos R$ 5,50 nos últimos dias. Às 11h55, a divisa recuava 0,37%, a R$ 5,482. O dólar chegou a bater a máxima de R$ 5,492, enquanto a mínima não passou de R$ 5,461. Na véspera, a moeda norte-americana fechou com valorização de 1,60%, a R$ 5,503. Investidores ainda acompanham as movimentações para a posse do democrata Joe Biden marcada para o próximo dia 20, e as possíveis tensões entre autoridades e apoiadores de Donald Trump nos próximos dias. No cenário doméstico, o mercado analisa alta de 4,52% da inflação divulgada pelo IBGE nesta manhã, acima do projetado por economistas e entidades ouvidas pelo Banco Central. O cenário faz com que o Ibovespa avance 0,65%, aos 124.055 pontos. O principal índice da Bolsa de Valores brasileira caiu 1,43% nesta segunda, aos 123.255 pontos, interrompendo a sequência de alta registrada desde o início do ano.

O presidente dos EUA, Donald Trump, aprovou a declaração de estado de emergência em todo o distrito de Colúmbia, onde fica Washington D.C. De acordo com um comunicado divulgado no site da Casa Branca, a medida tem como objetivo garantir a segurança da capital norte-americana nos dias que antecedem e precedem a cerimônia de Joe Biden, que acontecerá no próximo dia 20. O estado de emergência autoriza o uso de todos os recursos do estado em caso de necessidade entre os dias 11 e 24. A invasão do Capitólio por apoiadores de Trump levantou preocupações sobre a segurança do evento. Além da posse ser supervisionada pelo Serviço Secreto e pelo Departamento de Defesa, 10 mil membros da Guarda Nacional, vindos de seis estados diferentes, ajudarão a Polícia do Capitólio nos próximos 30 dias. No cenário político, membros do partido Democrata apresentaram nesta segunda o pedido de impeachment do presidente. Na ação, os representantes acusam o presidente dos Estados Unidos de “incitação à insurreição” e afirmam que os discursos feitos por ele na última semana foram responsáveis pela violência registrada por apoiadores no Capitólio no dia 6 de janeiro.

No noticiário nacional, o mercado analisa o salto de 4,52% em 2020 no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medidor oficial da inflação brasileira. A alta foi puxada pela disparada de 14,09% no valor dos alimentos, influenciada pelo câmbio elevado e a mudança de comportamento imposta pela pandemia do novo coronavírus. Analistas projetam inflação mais baixa em 2021 diante da falta dos efeitos do auxílio emergencial na economia brasileira e os desafios para a recuperação com o aumento do desemprego. Também pesa a expectativa de arrefecimento do dólar e sinalizações de responsabilidade fiscal por conta do governo federal. “Vale observar, entretanto, que, no Brasil, a preocupação fiscal segue como principal fator que mantém o real depreciado e continuará como um dos temas principais em 2021”, afirmou a economista Betina Roxo, da Rico. A expectativa da entidade é que o câmbio fique em R$ 4,90 até o fim do ano. A previsão é mais otimista que a expectativa de dólar a R$ 5 esperado pelo mercado financeiro.

 

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.