Dólar sobe com aumento da bandeira tarifária e cenário externo; Bolsa cai

Aneel determina reajuste de 52% na taxa extra da conta de luz a partir de julho; avanço da variante Delta da Covid-19 pressiona humor global

  • Por Jovem Pan
  • 29/06/2021 17h34 - Atualizado em 29/06/2021 19h55
Arquivo/Agência Brasil Cédulas de dólar sobre fundo branco Dólar volta ao patamar de R$ 4,65 com temor internacional

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam no campo negativo nesta terça-feira, 29, com o anúncio do aumento de 52% na bandeira vermelha nível 2 da conta de luz em meio a pior crise hídrica do Brasil em 91 ano anos. No cenário externo, o humor foi pressionado pela disseminação da variante Delta do novo coronavírus em diversas partes do mundo. O dólar fechou o dia com avanço de 0,28%, a R$ 4,942. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 4,971, enquanto a mínima não passou de R$ 4,921. A divisa norte-americana encerrou a véspera com queda de 0,19%, a R$ 4,928. O Ibovespa, referência da B3, fechou com queda de 0,08%, aos 127.327 pontos. O pregão desta segunda-feira, 28, encerrou com alta de 0,14%, aos 127.429 pontos.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o reajuste de 52% na bandeira vermelha nível 2 da tarifa energética, elevando a cobrança extra para R$ 9,49 a cada 100 quilowatts/hora (kWh), contra o atual valor de R$ 6,24. A alta deve trazer mais pressão sobre a inflação, já bastante impactada pelo encarecimento da energia elétrica, combustíveis e alimentos. O Ministro de Minas e EnergiaBento Albuquerque, fez um pronunciamento em rede nacional de TV e rádio nesta segunda-feira, 28, para falar sobre a crise hídrica que atinge o país e deixou os reservatórios das hidrelétricas em níveis críticos. Em sua fala, o chefe da pasta citou os avanços do sistema elétrico do Brasil e a redução da dependência de usinas hidrelétricas, citando a “expansão das usinas de fontes limpas e renováveis, como eólica, solar e biomassa”.

Ainda na pauta doméstica, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou hoje que o governo estuda aumentar em cinco pontos percentuais o corte no Imposto de Renda para empresas em 2022, o dobro do previsto na reforma tributária entregue ao Congresso na semana passada. O valor deve ser compensando pela tributação de 20% sobre dividendos. Segundo o ministro, a quebra sucessiva de recordes na arrecadação desde fevereiro dá margem para buscar uma mudança mais incisiva. “Podemos baixar 5 [pontos percentuais] no ano que vem exatamente para que esse aumento da arrecadação desonere mais as empresas. Por outro lado, estamos tributando os rendimentos de capital, as pessoas ricas têm que pagar um imposto de, pelo menos, 20%”, afirmou. A Receita Federal informou hoje que registrou aumento de 70% na arrecadação de maio na comparação com o mês anterior, o novo recorde para o mês e no acumulado desde o início do ano.

O clima no cenário internacional é pressionado pelo avanço da variante Delta do novo coronavírus e os riscos da retomadas de medidas de isolamento social. A volta das restrições deve impactar no desaceleração da recuperação econômica global e forçar a manutenção de políticas de estímulos. A cidade de Sydney, mais populosa da Austrália, entrou no segundo dia de um lockdown de duas semanas imposto após o estado de New South Wales reportar 30 novos casos da nova variante. Ao todo, 110 casos da cepa indiana da doença foram registrados no país até o momento, e a previsão é de que este número aumente.

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