Dólar vai a R$ 5,72 com CPI e risco fiscal; Bolsa mantém 118 mil pontos

Mercado segue atento aos ajustes na instalação de inquérito para investigar ações do governo federal, Estados e municípios no combate à pandemia

  • Por Jovem Pan
  • 12/04/2021 17h52 - Atualizado em 12/04/2021 22h56
Agência Brasil Dólar volta a fechar a semana acima de R$ 5 com investidores avaliando riscos políticos domésticos Dólar recua com mudança no mercado internacional e otimismo por medicação contra o novo coronavírus

Dólar e Ibovespa fecharam em alta nesta segunda-feira, 12, com o mercado de olho nos desdobramentos para a implementação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 e no risco fiscal com a possibilidade de sanção do Orçamento de 2021 pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Depois de passar parte da manhã em queda, o câmbio inverteu e fechou com alta de 0,84%, a R$ 5,722, após bater máxima de R$ 5,742 e mínima de R$ 5,632. A moeda norte-americana encerrou a semana passada com avanço de 1,8%, cotada a R$ 5,674. Mesmo com o recuo das Bolsas internacionais, o Ibovespa, referência da B3, fechou o dia com alta de 0,97%, aos 118.811 pontos. O pregão de sexta-feira, 9, fechou com queda de 0,54%, aos 117.669 pontos.

O mercado acompanhou o desenrolar da CPI para investigar a atuação do governo federal durante a pandemia do novo coronavírusO ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na última quinta-feira, 8, que o Senado instale a comissão. O Supremo se reunirá nesta quarta-feira, 14, para debater o texto em plenário. Apesar de não apoiar a medida, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que irá cumprir a decisão. A expectativa é que o texto que cria a CPI seja lido em sessão nesta terça-feira, 13. O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) conseguiu, na manhã desta segunda-feira, 34 assinaturas de apoio para ampliar o âmbito da CPI aos Estados e municípios. Segundo apurou a Jovem Pan, Girão pretende protocolar o requerimento também nesta terça-feira. O movimento segue as repercussões do telefonema divulgado pelo senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) em conversa com Bolsonaro sobre aumentar o rol de investigações da comissão.

Investidores também analisaram os desdobramentos para a sanção do Orçamento de 2021 por Bolsonaro após uma série de entraves entre o Ministério da Economia e o Congresso. O Legislativo aprovou o texto no fim de março realocando R$ 26,5 bilhões em recursos extras para emendas parlamentares, reduzindo o valor para despesas obrigatórias. O Tesouro Nacional classificou a ação como “retrocesso” e analistas afirmaram que a medida pode gerar a paralisação da máquina pública. Bolsonaro tem até o dia 22 de abril para sancionar a medida ou propor vetos.

Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira mostrou maior pessimismo do mercado com a recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, ao mesmo tempo que foram renovadas as expectativas de alta para a inflação, dólar e Selic. Segundo fontes consultadas pelo BC, a economia deve avançar 3,08% neste ano. Há uma semana, a previsão apontava alta de 3,17%. Já para a inflação, o mercado estimou crescimento de 4,85%, contra previsão de 4,81% há uma semana. O aumento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fez com que as previsões da Selic subissem para 5,25% ao ano, ante estimativa de 5% há uma semana. Já o câmbio passou a ser visto a R$ 5,37 ao fim de 2021, contra estimativa de R$ 5,35 na semana passada.

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