Guedes defende recuperação da economia sem sair do isolamento

  • Por Jovem Pan
  • 20/04/2020 21h46
  • BlueSky
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO Ministro ressaltou boa relação com o Congresso para retomada de agenda de privatização Segundo o ministro, as medidas de preservação do emprego e de auxílio às camadas mais vulneráveis da população ajudarão a manter os “pontos vitais” da economia

O isolamento social não precisa ser abandonado e pode ser conciliado com a preservação da atividade econômica, disse nesta segunda-feira (20) o ministro da Economia, Paulo Guedes. Em videoconferência com investidores, ele se mostrou otimista com a recuperação da produção e do consumo e ressaltou que não faltará dinheiro para a saúde durante a pandemia provocada pelo novo coronavírus.

Segundo o ministro, as medidas de preservação do emprego e de auxílio às camadas mais vulneráveis da população ajudarão a manter os “pontos vitais” da economia de forma a tornar possível a saída da crise da melhor forma possível.

“A economia está com mais força do que se está pensando, porque ela já estava começando a se mover. E, se nós preservamos os sinais vitais da economia, não significa sair do isolamento. Temos de pensar nisso também. São duas dimensões”, afirmou Guedes.

Na avaliação dele, um dos sinais de que a recuperação econômica é viável está na manutenção das exportações para a China, “nosso maior parceiro comercial e principal destino dos produtos brasileiros”. “Não sabia que seria uma pandemia, mas vale observar que até o momento não há queda nas exportações”, avaliou.

O ministro admitiu que a crise foi maior que o esperado, mas defendeu a atuação da pasta assim que a dimensão dos impactos da Covid-19 foi percebida. “Como no Brasil temos zika, dengue, eles têm lá a gripe suína, a gripe aviária e teria sido o coronavírus um problema [apenas] na China. Quando caiu a ficha de que era uma pandemia, no dia seguinte tomamos conhecimento da dimensão trágica, montamos o grupo e começamos a disparar as medidas”, explicou.

Pacote de socorro aos estados

Guedes criticou ainda o pacote de auxílio a estados e municípios aprovado pela Câmara. Ele defende o repasse de R$ 40 bilhões para repor perdas de arrecadação dos governos locais, contra um pacote de R$ 86,9 bilhões aprovado pela Câmara que obriga a União a repor, sem limites, a diminuição das receitas das prefeituras e dos governos estaduais. “Como nós podemos garantir receitas? Você não pode depositar R$ 80 bilhões e dar garantias irrestritas. E se o governador decidir que o isolamento é de dois anos? Como nós vamos garantir isso?”, questionou.

O ministro participou de uma videoconferência promovida pelo banco de investimentos BTG. A conversa foi conduzida pelo seu antecessor, o ex-ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, que hoje é CEO (presidente-executivo) da instituição financeira. Guedes falou por cerca de uma hora e meia sem ser interrompido pelo antecessor.

* Com informações da Agência Brasil

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.

AúdioJovem Pan NewsSão Paulo - SP

Programação Ao Vivo