Ibovespa fecha em alta com investidores aguardando resultados da Petrobras

Mercado analisa entrega de texto ao Congresso que autoriza início de estudos para desestatização da Eletrobras; dólar cai a R$ 5,42

  • Por Jovem Pan
  • 24/02/2021 18h32 - Atualizado em 24/02/2021 18h59
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Tânia Rêgo/Agência Brasil Fachada da Petrobras escrito em prata em uma placa Governo busca saídas para evitar repasse pela Petrobras

O mercado financeiro brasileiro manteve o ritmo de recuperação nesta quarta-feira, 24, com o avanço das ações da Eletrobras após a entrega da medida provisória de privatização ao Congresso e investidores esperando os resultados da Petrobras em 2020, que serão divulgados ainda hoje. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou com alta de 0,38%, aos 115.667 pontos. Na véspera, o Ibovespa fechou com alta de 2,27%, aos 115.227 pontos. O cenário também fez o dólar fechar pelo segundo dia seguido com queda ante o real. A moeda norte-americana registrou baixa de 0,49%, a R$ 5,420. Na máxima, a divisa chegou a R$ 5,443, enquanto a mínima não passou de R$ 5,391. O dólar fechou nesta terça-feira, 23, com queda de 0,21%, cotado a R$ 5,442. “Os investidores aguardam ansiosos pelo resultado da Petrobras após o fechamento do mercado, assim como para a teleconferência da estatal no final da manhã de quinta, a fim de entender quais serão os próximos passos com relação à sucessão da diretoria e, se possível, as diretrizes do novo presidente”, afirma Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) entregou ao Congresso no início da noite desta terça-feira a medida provisória que autoriza o início dos estudos para a privatização da Eletrobras. Junto de ministros e auxiliares, o presidente foi a pé ao Congresso para apresentar o texto aos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O movimento é uma forma do presidente mostrar ao mercado financeiro o comprometimento com a agenda liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes, após as turbulências causadas pela sua interferência no comando da Petrobras. Antes, durante um evento de prefeitos em Brasília, Bolsonaro mudou o tom ao falar da estatal e classificou o presidente Roberto Castello Branco, quem ele mandou demitir, de “bom gestor”. O presidente também elogiou Guedes na tentativa de mostrar que as relações com o Posto Ipiranga continuam firmes, apesar da desconfiança dos investidores na mudança da política econômica e com o desgaste de Guedes no governo. “Obviamento, por ser um homem que decide as finanças do governo, ele [Guedes] tem amigos e opositores, mas todo mundo, a todos, ele tratou com muita galhardia”, disse.

Investidores também analisaram o avanço do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, para 0,48% em fevereiro, segundo números divulgados nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o maior índice para o mês desde 2017, quando a prévia foi de 0,54%, mas mostra a perda de fôlego da inflação ante avanço de 0,78% do IPCA-15 em janeiro. No acumulado do ano, o IPCA acumula alta de 1,26%. Nos últimos 12 meses, o resultado também é positivo: 4,57%. O número é maior do que os 4,30% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. A inflação do mês foi puxada pela alta no preço dos combustíveis, aponta o IBGE. O avanço do IPCA leva economistas enxergarem o aumento da Selic já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), entre 16 e 17 de março. Fontes ouvidas pelo Banco Central esperam que a taxa básica de juros encerre o ano a 4%, conforme Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 22.

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