Ibovespa sobe 4,5% na semana e volta a fechar acima dos 120 mil pontos; dólar cai

Avanço na aprovação de pacote de US$ 1,9 trilhão nos EUA e fala de Bolsonaro sobre estatal animaram os investidores; moeda norte-americana fechou a R$ 5,38

  • Por Jovem Pan
  • 05/02/2021 18h31
Reprodução/Pixabay Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira fecha fevereiro com queda de 4,37%. Em 2021, tombo é de 7,54% Mercados seguem agitados com a PEC da Transição e as falas de Lula contra a responsabilidade fiscal

O bom humor nos mercados globais e o otimismo no cenário doméstico com o avanço da agenda de reformas no Congresso e independência da Petrobras levaram o Ibovespa a fechar nesta sexta-feira, 5, acima dos 120 mil pontos pela primeira vez desde 19 de janeiro. O principal índice da Bolsa de Valores brasileira encerrou o pregão com avanço de 0,82%, aos 120.240 pontos. O índice partiu da casa dos 115 mil pontos na sexta-feira passada, 29, e fechou a semana com valorização de 4,49%. O dólar encerrou o dia com queda de 1,20%, a R$ 5,383.  A divisa chegou a bater máxima de R$ 5,456, enquanto a mínima não passou de R$ 5,345. A moeda fechou a semana com queda de 1,66%, e no ano acumula alta de 3,75%.

Investidores viram com bons olhos a afirmação de Jair Bolsonaro (sem partido) de que o governo federal não pretende intervir na formulação de preços da Petrobras. O temor de possível ingerência abalou os investidores na véspera depois que o presidente disse que anunciaria hoje medidas para baratear os combustíveis. Ao lado do presidente da estatal, Roberto Castello Branco, e de ministros, Bolsonaro afirmou que o governo federal enviará um estudo para o Congresso Nacional sugerindo que o valor do ICMS incida sobre o preço do combustível na refinaria, ou que um valor fixo seja determinado em cada estado. O ICMS é um imposto variável e o seu valor é decidido pelos entes federativos. O presidente disse que a mudança garantiria a “previsibilidade” para os caminhoneiros. As medidas visam conter a insatisfação da categoria e diminuir a possibilidade de greve dos caminhoneiros. No mesmo encontro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a pasta avalia reduzir a arrecadação para diminuir impostos federais sobre combustíveis.

Ainda no noticiário doméstico, investidores analisaram o encontro de Guedes com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para alinhar o cronograma das pautas econômicas no Congresso e a volta do auxílio emergencial. A previsão dos parlamentares é aprovar a reforma tributária entre agosto e outubro. Já o retorno do benefício está condicionado a aprovação de medidas que reduzam outros gastos do governo. Segundo Guedes, o auxílio emergencial pode ter novas parcelas, mas para metade dos mais de 60 milhões de beneficiados no ano passado. “O outro grupo dos invisíveis é o que estamos focalizando a ajuda. É possível, nós temos como orçamentar isso, desde que seja dentro de um novo marco fiscal, robusto o suficiente para enfrentar eventuais desequilíbrios”, esclareceu. De acordo com o ministro, boa parte de quem recebeu o benefício em 2020 está inserida em outros programas sociais do governo, mostrando que não seria necessário levar a assistência a tanta gente em uma eventual nova fase.

No cenário internacional, investidores ficaram otimistas com o avanço da imunização em diferentes partes do mundo, o que pode levar a reabertura da economia antes do previsto. O bom humor é intensificado pelo avanço nas tratativas para aprovação do pacote de US$ 1,9 trilhão de estímulos para a economia dos Estados Unidos. “Mercados globais amanhecem em alta nessa sexta-feira, seguindo sinais de progresso na distribuição de vacinas e aumento nas esperanças de estímulo nos EUA, levando os investidores a ficarem mais otimistas com uma retomada da economia global”, afirmam analistas da Rico Investimentos.

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