Indústria brasileira reage e alcança níveis de atividade próximos ao pré-crise

Após queda histórica em abril causada pela pandemia, faturamento encerrou julho com alta de 7,4%, e capacidade instalada está próxima na registrada em março; recuo na criação de emprego, no entanto, evidencia desafios

  • Por Jovem Pan
  • 08/09/2020 14h01 - Atualizado em 08/09/2020 14h03
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EFE/EPA/SEBASTIEN COURDJI Medidas de isolamento social reeditadas em março foram apontadas como principal responsável pela queda da economia do mês Medidas de isolamento social reeditadas em março foram apontadas como principal responsável pela queda da economia do mês

Depois de sofrer a pior queda da história recente em abril, a atividade industrial brasileira cresceu em julho pelo terceiro mês consecutivo e alcançou índices semelhantes ao período anterior a crise do novo coronavírus, aponta dados divulgados nesta terça-feira, 8, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O faturamento do setor cresceu 7,4% no mês em comparação com junho, e acumula alta de 34,5% no último trimestre, valor 1,7% menor do que o registrado em fevereiro, o último mês antes do impacto da pandemia na economia nacional. No acumulado de janeiro a julho de 2020, o índice é 5% menor comparado com o mesmo período do ano passado. Com recuo histórico de 12,3%, o setor da indústria foi o mais impacto pela queda de 9,7% do Produto Interno Bruto (PIB), no segundo trimestre.

As horas trabalhadas tiveram alta de 4,5% em julho, e acumulado de 20,9% no trimestre. O valor é pouco menor da perda de 23% registrada entre março e abril, em meio à paralisação de diversos setores com conta das medidas de isolamento social. No comparado com fevereiro, o índice é 5% menor, e no ano a retração é de 9% em paralelo ao mesmo período de 2019. Já a Utilização de Capacidade Instalada (UCI) chegou a 75,4% em julho, 2,9 pontos percentuais acima do registrado em junho e mais próximo dos 76% registrados em março.

Outros indicadores, no entanto, evidenciam o desafio do setor para a retomada. A criação de vagas de emprego se manteve praticamente estática na comparação com os meses anteriores, com queda de 0,2% em julho, ante recuo de 0,1% no mês anterior. Em março a queda havia sido de 0,4%, enquanto abril teve pico negativo de 2,1%. Desde fevereiro, o indicador soma queda de 3,5%, e na comparação entre janeiro e julho deste ano com 2019, a queda é de 2,6%. A massa salarial e o rendimento médio, por sua vez, caíram na comparação com junho. Em relação a fevereiro, o emprego industrial acumula queda de 3,5% e a massa salarial, de 6,8%.

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