Inflação do aluguel perde força em março e acumula alta de 14,7% em 12 meses

IGP-M fica em 1,74% no mês com influência do mega-aumento dos combustíveis e dos alimentos

  • Por Jovem Pan
  • 30/03/2022 11h25 - Atualizado em 30/03/2022 11h26
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Rovena Rosa/Agência Brasil Vista da cidade de São Paulo com carros e prédios Preços de contratos de aluguel e prestação de serviços são baseados pelo IGP-M, divulgado mensalmente

Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M) desacelerou para 1,74% em março ante avanço de 1,83% em fevereiro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira, 30. O resultado faz o indicador usado como base para o reajuste do aluguel acumular alta de 14,77% em 12 meses, contra a soma de 16,12% no mesmo período encerrado no mês passado. Desde o início do ano, o IGP-M soma alta de 5,49%. Em março de 2021, o índice havia subido 2,94% e acumulava alta de 31,1% em 12 meses. Segundo a pesquisa, os dados da inflação já sofreram influência do mega-aumento nos combustíveis anunciado pela Petrobras no dia 10 de março. “O preço do diesel avançou para 8,89% ao produtor e, o da gasolina, subiu 1,36% ao consumidor. Os preços do trigo (de 1,69% para 4,90%), da farinha de trigo (de 2,68% para 6,25%) e dos pães e bolos industrializados (de 1,11% para 1,20%) também começaram a registrar aceleração no índice ao produtor”, afirma André Braz, coordenador dos Índices de Preços.

Além de influenciar o preço do mercado imobiliário, o IGP-M é usado como base para reajustes de companhias telefônicas e energia elétrica, e também é um dos indexadores para contratos de prestação de serviço, educação e planos de saúde. Em comparação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), avançou 0,95% na prévia de março e somou alta de 10,79% no acumulado de 12 meses. A diferença entre os dois indicadores é explicada pela fórmula da conta: enquanto o IPCA considera a variação de nove itens de consumo e bens, como alimentação, transporte e educação, o IGP-M é o resultado do IPA, IPC e INPC. Além de agregar itens de bens e serviços, o indicador da FGV também considera matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil, que possuem grande influência da variação do dólar.

Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 2,07% ante 2,36% em fevereiro. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou 2,75% em março. No mês anterior, a taxa do grupo havia sido de 1,21%. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de -0,08% para 2,49%, no mesmo período.O estágio das Matérias-Primas Brutas registrou alta de 1,53% em março, contra 4,16% em fevereiro.O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,86% em março contra 0,33% em fevereiro. Sete das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Transportes (0,26% para 1,15%). Nesta classe de despesa, vale citar o comportamento do item gasolina, cuja taxa passou de -0,89% em fevereiro para 1,36% em março. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,73% em março ante 0,48% em fevereiro. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de fevereiro para março.

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