Mercado renova expectativa para a inflação e vê dólar mais forte em 2021

Analistas ouvidos pelo Banco Central estimam avanço de 3,87% do IPCA e câmbio a R$ 5,10

  • Por Jovem Pan
  • 01/03/2021 11h55
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Marcello Casal Jr./Agência Brasil Imagem aérea da sede do Banco Central Colegiado do Banco Central volta a se reunir em outubro com a indicação de acrescentar mais 1 ponto percentual na Selic

O mercado financeiro revisou para cima as expectativas para a inflação e dólar em 2021, segundo números publicados no Boletim Focus nesta segunda-feira, 1º. Economistas e entidades consultadas pelo Banco Central estimam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre o ano com avanço de 3,87%. Esta é a oitava revisão de alta seguida. Há uma semana, a expectativa era de 3,82%, enquanto há um mês chegava a 3,53%. O novo valor está acima do centro da meta de 3,75% perseguida pela autoridade monetária nacional, com margem para flutuar entre 2,25% e 5,25%. A inflação encerrou o ano de 2020 a 4,52% — acima das expectativas do mercado —, puxada principalmente pelo encarecimento dos alimentos. A meta para o Banco Central no ano passado era de 4%, com variação de 2,50% e 5,50%.

Ao mesmo tempo, os analistas consultados pela autoridade monetária nacional enxergam o dólar a R$ 5,10 até o fim deste ano. Esta foi a segunda semana seguida de revisão na expectativa. Há uma semana, a previsão era de R$ 5,05, enquanto há um mês a projeção indicava o dólar a R$ 5,01. A moeda americana opera em queda nesta segunda-feira, cotada a R$ 5,580. Na semana passada, o dólar fechou com alta de 1,65%, a R$ 5,605. A divisa fechou fevereiro com valorização de R$ 2,39%. Em 2021, o dólar já cresceu 8,03% ante o real. As fontes consultadas pelo Banco Central mantiveram a expectativa de alta do Produto Interno Bruto (PIB) para 3,29%, o mesmo valor da semana passada. Há um mês, a projeção apontava avanço de 3,5%. O valor está abaixo do divulgado pela equipe econômica, que espera crescimento de 3,5% da atividade econômica neste ano. Para 2020, a expectativa do Ministério da Economia é de recuo de 4,5%, o maior tombo do PIB desde o início da série histórica. O valor do índice do ano passado será revelado nesta quarta-feira, 3, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Boletim Focus mostra o congelamento da Selic em 4% ao ano, mesmo valor da semana passada. Economistas e entidades ouvidas pelo BC estimavam alta para 3,5% há um mês. O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic a 2% ao ano na primeira reunião de 2021, decisão já esperada pelo mercado financeiro. A novidade foi a retirada do foward guidance, como foi classificada a política de não aumentar juros. Em nota, os técnicos do BC afirmaram que as condições para a manutenção da Selic rebaixada já foram cumpridas. O recado, porém, enfatizou que a derrubada da medida não significa o aumento automático da Selic nos próximos encontros. A próxima reunião do Copom será entre os dias 16 e 17 de março.

 

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