Prévia do PIB aponta queda de 4,05% da economia brasileira em 2020

Em ano marcado pela pandemia, se confirmado, será o maior tombo para a atividade econômica do país na história; IBC-Br de dezembro registra avanço de 0,64%

  • Por Jovem Pan
  • 12/02/2021 11h11 - Atualizado em 12/02/2021 14h04
Rodrigo Felix Leal/AEN-PR Levantamento da CNI mostra que produtividade está em ritmo lento desde crise dos anos 2015 e 2016 Levantamento da CNI mostra que produtividade está em ritmo lento desde crise dos anos 2015 e 2016

Influenciada pela crise do novo coronavírus, a economia brasileira despencou 4,05% em 2020, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado na manhã desta sexta-feira, 12. Considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), caso o número se confirme, será a maior queda da economia brasileira na história e interromperá a sequência de dois anos seguidos de avanço. O valor oficial do PIB é divulgado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados referentes ao ano passado serão publicados no dia 3 de março. O mercado financeiro estima queda de 3,46% da economia em 2020, segundo Boletim Focus também divulgado pelo Banco Central, enquanto a equipe econômica prevê retração de 4,5%, mesmo valor apontado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

As medidas de isolamento social adotadas para mitigar a disseminação da Covid-19 estagnaram a economia global em 2020. No Brasil, a situação foi ainda mais crítica, já que a atividade econômica vinha em fraca recuperação de crises internas dos anos 2014 e 2015. Levantamento do banco Credit Suisse aponta que o país terá crescimento médio anual de 0,2% entre 2011 e 2020, bastante abaixo da média de 1,6% registrada no intervalo entre 1981 e 1990, popularmente conhecido como a década perdida pela estagnação da economia em meio à disparada da inflação e descontrole monetário. Os dados do IBGE mostram que a economia nacional já andava de lado antes mesmo da pandemia, reflexo de políticas equivocadas e investimentos mal feitos. Em 2019, o PIB cresceu 1,4%, ante avanço de 1,8% registrado em 2018, e 1,3% 2017. Os anos anteriores foram catastróficos: queda de 3,3% em 2016, antecedido por um tombo ainda maior, de 3,5%, em 2015. Em 2014, o PIB fechou com alta pífia de 0,5%. Os dados contrastam com a pujança econômica registrada no fim da primeira década do milênio e o início dos anos 2010, quando o Brasil surfava na onda global das commodities. Em 2011, a economia avançou 4%, seguida por alta de 1,9% em 2012, e crescimento de 3% em 2013.

Os dados da autoridade monetária nacional apontam avanço de 0,64% do IBC-Br de dezembro, ante avanço de 0,59% em novembro, o oitavo mês consecutivo com resultados positivos. Na comparação com dezembro de 2019, a alta foi de 1,34%. No último trimestre do ano, a atividade econômica avançou 3,14%, mas registrou queda de 0,69% em paralelo ao mesmo período do ano anterior. Apesar de economistas considerarem o IBC-Br como uma antecipação do PIB, os dois levantamentos levam critérios distintos na composição. Enquanto a análise do BC avalia variáveis dos setores de serviço, indústria e agronegócio, o resultado do IBGE é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país.  A economia brasileira cresceu 7,7% no terceiro trimestre de 2020, após registrar dois períodos seguidos de retração. O avanço entre julho e setembro veio abaixo do projetado pelos analistas e técnicos do governo. O Banco Central estimava alta de 9,4%, enquanto o governo federal previa crescimento de 8,3%. Na comparação com o mesmo trimestre de 2019, o PIB recuou 3,9%. Apesar do aumento, a economia brasileira ainda acumula retração de 5% em 2020.

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