Vendas no comércio crescem 1,4% em maio, o segundo mês seguido de alta
Resultado deixa atividade 3,9% acima do nível pré-pandemia; setor de vestuário e calçados puxa o avanço
As vendas no varejo cresceram 1,4% em maio, o segundo mês seguido de resultados positivos, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 7. O resultado deixa a atividade 3,9% acima do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020. O setor acumula ganho de 6,8% no ano e de 5,4% nos últimos 12 meses. Na comparação com maio do ano passado, o comércio varejista registrou alta de 16%. A pesquisa mostrou avanço em sete dos oito ramos do varejo. O setor de tecidos, vestuário e calçados puxou o crescimento, com alta de 16,8%, seguido pelo segmento de combustíveis e lubrificantes (6,9%). “A atividade de tecidos, vestuário e calçados, que teve a maior variação, já havia crescido 6,2%, mas ainda está muito abaixo do que estava antes da pandemia. Além disso, esse setor sofreu outra queda em março deste ano. Então é uma recuperação, mas em cima de uma base de comparação muito baixa”, afirma o gerente da pesquisa, Cristiano Santos. No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças (1,0%) e material de construção (5,0%), as vendas cresceram 3,8% na passagem de abril para maio. Também é o segundo mês consecutivo de alta. “Esse aumento foi puxado principalmente pelo setor de veículos, que tem uma base de comparação muito baixa e também não está nos patamares pré-pandemia, mas desde abril vem se recuperando. Material de construção também cresceu pelo segundo mês consecutivo”, diz o pesquisador.
O resultado de abril, divulgado no mês passado com alta de 1,8% — o maior para o mês em 21 anos —, foi revisado para 4,9%. O ajuste decorre da aplicação do algoritmo de dessazonalização, que busca calibrar os efeitos sazonais no volume de compras no comércio, como festas de Natal e Páscoa, por exemplo. “Com a pandemia, há um novo cenário no comércio, com diferenças marcantes. O Carnaval, por exemplo, não ocorreu neste ano. Com isso, há ajustes recorrentes que são feitos, baseados nas informações que chegaram por último, que foram inseridas naquele mês”, diz. A pesquisa também mostrou o crescimento no ritmo das vendas no acumulado dos últimos 12 meses. “Em março de 2020, esse indicador estava em 2,2% e depois foi zerado pelos efeitos da pandemia. Após algum tempo, ele foi crescendo de forma lenta e, no início deste ano, caiu novamente por conta do agravamento da pandemia. De março a abril, houve aumento de três pontos percentuais. O final da trajetória até maio representou um momento de aceleração”, afirma Santos.
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