EUA querem extradição de “Chapo” Guzmán para julgá-lo em Nova York

Washington, 23 fev (EFE).- Os Estados Unidos buscarão a extradição do líder do Cartel de Sinaloa, Joaquín “El Chapo” Guzmán, detido no sábado no México, para enfrentar acusações em Nova York, afirmou neste domingo uma fonte do escritório da procuradoria-geral no distrito leste da cidade.

Guzmán enfrenta dezenas de acusações em pelo menos cinco jurisdições dos Estados Unidos, mas a procuradora-geral no distrito leste de Nova York, Loretta Lynch, foi a primeira a anunciar que pedirá sua extradição.

Uma fonte do escritório informou hoje à rede de televisão “NBC News” que a procuradora, subordinada ao governo federal dos EUA, planeja solicitar às autoridades mexicanas que entreguem “El Chapo” para que responda em Nova York por acusações federais relacionadas ao narcotráfico.

Forças de segurança do México, ajudadas pela Agência Americana Antidrogas (DEA), conseguiram localizar e capturar no sábado o traficante mais procurado do mundo.

O diretor em Chicago da Agência Americana Antidrogas (DEA, em inglês), Jack Riley, anunciou no sábado que pressionaria para que se extradite e julgue ao narcotraficante nessa cidade, mas por enquanto não houve nenhum anúncio formal da Procuradoria Geral do Distrito Norte de Illinois.

O escritório tem acusações federais pendentes contra “El Chapo” já que transformou a cidade de Chicago em um de seus grandes núcleos de distribuição dos Estados Unidos, e supostamente fez passar através dela entre 1.500 e 2 mil quilos de cocaína por mês.

O chefão da droga tem também acusações pendentes desde 1993 no Arizona, onde é acusado de crimes relacionados ao narcotráfico, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro; e desde 1995 também é procurado pelo tribunal federal do distrito sul da Califórnia, em San Diego, por conspirar para importar mais de oito toneladas de cocaína e se envolver em lavagem de dinheiro.

O congressista republicano Michael McCaul, que preside o Comitê de Segurança Nacional na câmara dos deputados dos EUA, disse hoje que “El Chapo” também tem acusações pendentes no estado que ele representa, o Texas.

No ano passado, o traficante foi nomeado pela Comissão do Crime de Chicago o “inimigo público número um” da cidade, alcunha criada para acelerar a captura do líder mafioso Al Capone em 1930 e que até então não se tinha aplicado a nenhum outro criminoso.

Desde 2004, o Departamento de Estado e a DEA ofereciam até US$ 5 milhões pela captura do delinquente, que foi detido na Guatemala em 1993 mas, após ser entregue a seu país de origem, escapou de uma penitenciária mexicana em janeiro de 2001. EFE