François Hollande convoca reunião por causa de escutas dos EUA

  • Por Agência Brasil
  • 23/06/2015 20h21
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Presidente francês François Hollande discursa durante visita ao Instituto Árabe de Paris

IAN LANGSDON / POOL / EFE Presidente francês François Hollande discursa durante visita ao Instituto Árabe de Paris após atentando contra Charlie Hebdo

O presidente francês, François Hollande, marcou para a manhã desta quarta-feira (24) uma reunião de responsáveis pela defesa do país, depois da divulgação de documentos do WikiLeaks sobre espionagem dos Estados Unidos a chefes de Estado franceses. A informação foi transmitida por um dos seus assessores à agência de notícias AFP.

“O presidente decidiu convocar reunião do Conselho da Defesa, na quarta-feira de manhã, para avaliar a natureza da informação divulgada pela imprensa na noite de terça-feira e tomar as medidas adequadas”, acrescentou a fonte.

Segundo documentos do WikiLeaks revelados hoje pelo diário Libération e pelo portal Mediapart, os Estados Unidos espionaram, entre 2006 e 2012, os três últimos presidentes franceses: Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy e François Hollande,

Os documentos, classificados como top secret, consistem em cinco relatórios da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês), baseados em “interceptações de comunicação”, que eram destinados à “comunidade das informações” dos EUA e a dirigentes da NSA, segundo o Libération.

Os relatórios esclarecem o modo de funcionamento e tomada de decisão de Hollande e dos seus antecessores.

O documento mais recente é de 22 de maio de 2012, apenas alguns dias depois de Hollande tomar posse, e dá conta de reuniões secretas destinadas a discutir a eventual saída da Grécia da zona do euro.

Sobre Sarkozy, alguns documentos revelam que este se via em 2008 como “o único homem capaz” de resolver a crise financeira. O antigo chefe da diplomacia de Jacques Chirac, Philippe Douste-Blazy, era descrito como tendo “propensão para fazer declarações inexatas e inoportunas”.

A Alemanha foi abalada no verão de 2013 por revelações do ex-consultor da NSA Edward Snowden, que expôs um vasto sistema de vigilância de conversas telefônicas e de comunicações via internet dos alemães, incluindo um aparelho celular da chanceler Angela Merkel.

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